20/09/2013

Alzheimer pode ser causado por excesso de higiene?

Redação do Diário da Saúde

Parece haver uma relação "muito significativa" - na palavra dos pesquisadores - entre a riqueza e a higiene da população de um país e a incidência da doença de Alzheimer.

Países altamente industrializados, com renda per capita elevada e com a maioria da população vivendo em áreas urbanas apresentam taxas muito mais elevadas de doença de Alzheimer do que países menos desenvolvidos.

Hipótese da Higiene

Os pesquisadores usaram dados padronizadas por idade, que preveem a incidência de Alzheimer se todos os países apresentarem a mesma taxa de natalidade, expectativa de vida e estrutura etária da população.

Os resultados mostraram uma forte correlação entre os níveis nacionais de saneamento e urbanização e a incidência de Alzheimer.

Isto vem dar mais peso à chamada "hipótese da higiene", que propõe que os ambientes muito limpos resultam em menos exposição a uma grande variedade de bactérias, vírus e outros microrganismos.

Isto pode fazer com que o sistema imunológico não se desenvolva integralmente, o que já foi demonstrado em casos como alergias e cicatrização de ferimentos em crianças, entre outros.

No caso do Alzheimer, a hipótese é que o menor desenvolvimento do sistema imunológico exporia o cérebro à inflamação associada com a doença.

"A 'hipótese da higiene', que sugere uma relação entre os ambientes mais limpos e um maior risco de certas alergias e doenças autoimunes está bem estabelecida. Acreditamos que podemos agora acrescentar a doença de Alzheimer a esta lista de doenças," disse Molly Fox, da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

Explicação parcial

Os países que têm taxas muito mais baixas de doenças infecciosas, como a Suíça e a Islândia, têm taxas 12% maiores da doença de Alzheimer em comparação com países com altas taxas de doenças infecciosas, como a China e Gana.

Os países mais urbanizados apresentaram maiores taxas da doença de Alzheimer independentemente da expectativa de vida - aqueles onde mais de três quartos da população vivem em áreas urbanas apresentam taxas 10% mais elevadas de Alzheimer.

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