17/02/2016

Começa era da impressão 3D de tecidos e órgãos artificiais

Redação do Diário da Saúde
Bioimpressora 3D cria tecidos e órgãos artificiais
A bioimpressora deposita camadas plásticas de sustentação e géis contendo as células vivas.
[Imagem: Wake Forest Baptist Medical Center]

Bioimpressora

Médicos e engenheiros usaram a tecnologia das impressoras 3-D para desenvolver uma "bioimpressora", capaz de produzir tecidos vivos.

Os testes comprovaram que é possível imprimir tecidos vivos de formatos complexos para substituir um tecido lesionado ou doente em pacientes.

Nas demonstrações iniciais, foram impressas estruturas do ouvido, ossos e músculos.

Quando implantadas em animais, essas estruturas "amadureceram" para se estabelecer como tecidos funcionais no corpo, desenvolvendo para isso um sistema de vasos sanguíneos.

Mais importante, os resultados iniciais indicam que as estruturas têm o tamanho, a resistência e a funcionalidade adequadas para uso em seres humanos, o que permitirá o início de testes clínicos em pacientes.

Impressora de tecidos e órgãos

Em vez dos plásticos, cerâmicas e metais usados como tinta nas impressoras 3D tradicionais, a bioimpressora deposita materiais poliméricos para estruturar o formato do órgão que se deseja imprimir e géis à base de água contendo as células vivas.

Para que o processo de impressão não prejudique as células, é criada uma estrutura externa forte e temporária, que é retirada antes da realização do implante.

"Nossos resultados indicam que a formulação de biotinta que usamos, em combinação com os microcanais, proporciona um ambiente adequado para manter as células vivas e para suportar o crescimento das células e tecidos," disse Anthony Atala, do Instituto Wake Forest de Medicina Regenerativa, nos EUA.

Bioimpressora 3D cria tecidos e órgãos artificiais
Órgãos criados pela impressora 3D, já testados em animais.
[Imagem: Wake Forest Baptist Medical Center]

Implantes sob medida

Outra vantagem da bioimpressora é sua capacidade de usar dados de tomografia computadorizada e ressonância magnética para fabricar órgãos sob medida para os pacientes. Para um paciente sem uma orelha, por exemplo, o sistema pode imprimir uma estrutura que reproduza fielmente seu órgão antigo.

"Esta nova impressora de tecidos e órgãos é um avanço importante em nossa busca para produzir tecidos substitutos para os pacientes," disse Atala.

"Ela pode fabricar tecido estável, em escala humana, de qualquer formato. Com a continuação do seu desenvolvimento, esta tecnologia poderá potencialmente ser usada para imprimir tecidos e órgãos vivos para implantação cirúrgica," acrescentou.

A equipe agora vai prosseguir em estudos de longo prazo para verificar a segurança e a funcionalidade dos órgãos artificiais implantados.

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