25/07/2018

Células imunológicas artificiais são criadas em laboratório

Redação do Diário da Saúde
Células imunológicas artificiais são criadas em laboratório
As células T artificiais conseguem ajustar o próprio tamanho para se espremer pelos pequenos canais do corpo humano, como demonstrado neste esquema.
[Imagem: Fatemeh Majedi]

Células T sintéticas

Cientistas desenvolveram células do sistema imunológico sintéticas, ou artificiais - células totalmente feitas em laboratório.

A intenção é que essas células sejam usadas no desenvolvimento de medicamentos mais eficazes para tratar câncer e doenças autoimunes, além de ajudar a compreender melhor o funcionamento e o comportamento das células imunes humanas.

As células T - ou linfócitos T - sintéticos são as melhores reproduções já feitas das células imunes humanas.

A equipe conseguiu replicar a forma, o tamanho e a flexibilidade das células T, o que permite que elas desempenhem suas funções básicas de atingir e controlar as infecções.

Quando aprimoradas, essas células poderão ser usadas para estimular o sistema imunológico de pessoas com problemas imunológicos, afirmam Mohammad Sadrabadi e seus colegas da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

É difícil usar a células T naturais em pesquisas científicas porque elas são muito delicadas e porque, depois de serem extraídas de humanos e outros animais, elas tendem a sobreviver por apenas alguns dias.

"A estrutura complexa das células T e sua natureza multifuncional têm dificultado sua replicação em laboratório. Com esse avanço, nós podemos usar células T sintéticas para projetar transportadores de drogas mais eficientes e entender o comportamento das células imunológicas," disse o professor Alireza Moshaverinia, coordenador do trabalho.

Fabricando células artificiais

A equipe produziu as células T usando um sistema microfluídico, como o usado nos biochips, no qual foram combinadas duas soluções diferentes - óleo mineral e um biopolímero de alginato, uma substância semelhante à goma feita de polissacarídeos e água. Quando os dois fluidos se combinam, eles criam micropartículas de alginato, que replicam a forma e a estrutura das células T naturais. Sua elasticidade foi ajustada mudando a concentração de íons de cálcio na solução onde as micropartículas foram depositadas depois de prontas.

Faltava então ajustar os atributos biológicos das células, ou seja, dar-lhes as mesmas características que permitem que as células T naturais sejam ativadas para combater infecções, penetrar tecidos humanos e liberar mensageiros celulares para regular a inflamação.

Para fazer isso, a equipe revestiu as partículas com fosfolipídios, de modo que o exterior das partículas imita as membranas celulares humanas. Finalmente, usando um processo químico chamado bioconjugação, as células T artificiais foram ligadas a sinalizadores CD4, partículas que ativam as células T naturais para atacar as células infecciosas ou cancerígenas.

A equipe afirma que outros cientistas poderão usar o mesmo processo para criar vários tipos de células artificiais, incluindo células assassinas naturais ou micrófagos, para pesquisas sobre doenças específicas ou para ajudar a desenvolver tratamentos.

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