22/06/2016

Chá verde reduz drasticamente complicações do diabetes

Com informações da Agência Fapesp
Chá verde reduz drasticamente complicações do diabetes
Estudo realizado no Brasil confirmou o efeito positivo do chá verde no tratamento da complicação renal decorrente do diabetes.
[Imagem: Wikimedia Commons]

Nefropatia diabética

Os pesquisadores brasileiros Cynthia Borges e José Butori de Faria, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), comprovaram que o chá verde possui um forte efeito positivo no controle das doenças renais induzidas pelo diabetes.

A equipe já havia demonstrado que o chá verde e o cacau protegem contra complicações do diabetes usando animais de laboratório. Agora eles confirmaram os resultados em pacientes humanos.

"Realizamos um ensaio clínico com 42 pacientes diabéticos, portadores de doença renal secundária ao diabetes, todos eles recebendo o melhor tratamento disponível, incluindo dose máxima de bloqueador do sistema renina-angiotensina [padrão ouro para o tratamento da doença renal associada ao diabetes]. Metade dos integrantes do grupo recebeu extrato de chá verde e metade recebeu placebo," explica o professor José Butori.

"O grupo que recebeu o extrato de chá verde teve uma redução de 41% na albuminúria [perda da proteína albumina por meio da urina], ao passo que o grupo que recebeu placebo teve um aumento de 3%," acrescentou.

Perda de albumina

É normal eliminar albumina na urina, em quantidades muito pequenas, de até 30 miligramas por dia. Os pacientes diabéticos, porém, costumam eliminar quantidades muito superiores, apesar do tratamento medicamentoso.

"Essa albumina provém do sangue do indivíduo. O sangue passa pelos rins originando o que chamamos de 'ultrafiltrado', e é esse 'ultrafiltrado' que, depois de sofrer algumas transformações, dá origem à urina. No 'ultrafiltrado' de uma pessoa normal, a quantidade de albumina é muito baixa. Porém no paciente com doença renal em decorrência do diabetes ela se torna bem maior," disse o pesquisador

O ensaio clínico atendeu aos requisitos mais rigorosos da pesquisa científica, sendo randomizado, isto é, a seleção para integrar um ou outro subgrupo se deu ao acaso, e duplo-cego, isto é, nem os pacientes e nem os pesquisadores sabiam quem estava recebendo chá verde e quem estava recebendo placebo.

"Mantida a medicação para todos os pacientes, os que receberam chá verde consumiram, diariamente, durante 12 semanas, uma quantidade de extrato que continha 800 miligramas de epigalocatequina-galato, um polifenol que constitui o principal princípio ativo do produto. Essa dose, que equivale a três xícaras de chá, já havia sido utilizada em um estudo com pacientes com câncer e se mostrado segura", informou o pesquisador.

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