22/07/2011

Cientistas admitem erro em estudo genético da longevidade

Redação do Diário da Saúde

Confissão de erro

Os cientistas Paola Sebastiani, Thomas Perls e seus colegas da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, autores de uma pesquisa sobre a relação entre genética e longevidade, retrataram-se dos alegados resultados.

A retratação equivale a uma confissão de erro, e significa que os cientistas admitem falhas em seu trabalho que invalidam as conclusões.

O artigo já foi retirado da revista científica no qual foi publicado.

Alegações iniciais

No artigo que divulgou a pesquisa agora retratada, o grupo afirmava ter descoberto uma série de marcadores genéticos que seriam diferentes entre pessoas centenárias e pessoas mais jovens.

"A metodologia que desenvolvemos pode ser aplicada a outros mecanismos genéticos complexos, incluindo doenças como Alzheimer, Parkinson, cardiovasculares e diabetes," disse na ocasião Paola Sebastiani, principal autora do estudo.

Esta alegação está na reportagem original, publicada pelo Diário da Saúde, com o título Descobertos aspectos genéticos da longevidade, e que agora deve ser totalmente desconsiderada.

Retratação

A alegação agora foi diferente, em carta de retratação endereçada à revista Science, onde a pesquisa original foi publicada.

"Nós sentimos que as principais descobertas científicas continuam fundamentadas [pelo estudo]. [...] Entretanto, detalhes específicos da nova análise divergem substancialmente daqueles originalmente publicados," escreveram eles.

"Desta forma, nós retiramos o manuscrito original e vamos buscar uma publicação alternativa dos novos resultados," conclui a carta, assinada por Paola Sebastiani, Nadia Solovieff, Annibale Puca, Stephen W. Hartley, Efthymia Melista, Stacy Andersen, Daniel A. Dworkis, Jemma B. Wilk, Richard H. Myers, Martin H. Steinberg, Monty Montano, Clinton T. Baldwin e Thomas T. Perls.

Importância do ambiente para a longevidade

Estudos anteriores sugeriam que pequenas contribuições de centenas de fatores genéticos se combinariam para responder por algo em torno de 25% da longevidade humana.

Os outros 75% devem ser atribuídos a questões ambientais, o que inclui estilo de vida, alimentação etc.

No estudo agora retratado, os cientistas falavam em uma determinação genética da longevidade de 77%.

"Qualquer modelo que queira predizer a duração da vida baseado somente em componentes genéticos não estará correto. A contribuição do ambiente para a longevidade é gigantesca," disse o bioestatístico Anatoli Yashin à revista Nature.

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