25/05/2012

Conduítes biodegradáveis reconstroem nervos após lesão

Redação do Diário da Saúde
Conduítes biodegradáveis reconstroem nervos após lesão
Os microfuros permitem que os diversos "fios" de cada nervo cresçam separadamente, juntando-se para formar o nervo completo conforme o suporte biodegrada-se naturalmente no organismo.
[Imagem: Univ. Sheffield]

Guias para nervos

Uma técnica inovadora é capaz de ajudar nervos danificados por acidentes traumáticos a se repararem naturalmente.

A descoberta pode melhorar as chances de restaurar a sensação e o movimento em membros lesionados, que hoje deixam as pessoas paralisadas.

A técnica é baseada em dispositivos médicos chamados NGCs (nerve guidance conduits, ou conduítes-guia para nervos, em tradução livre).

O trabalho foi realizado por cientistas da Universidade de Sheffield (Reino Unido) e do Centro Laser de Hannover (Alemanha).

Recrescimento do nervo

O método é baseado na chamada escrita direta a laser, que permite a fabricação de estruturas complexas a partir de arquivos de computador do tipo CAD/CAM.

O laser de alta precisão permitiu que a equipe fabricasse os guias de nervos com desenhos muito mais avançados do que era possível anteriormente, o que dará aos cirurgiões dispositivos para uso em uma variedade muito maior de situações.

Hoje, após a lesão de um nervo, o curso de ação envolve, quando possível, suturar as extremidades rompidas do nervo.

Infelizmente, essa cirurgia reconstrutiva muitas vezes não resulta em uma recuperação completa.

"Nós estamos projetando suportes implantáveis que funcionam como uma ponte no local da lesão, além de fornecer uma grande gama de sinais físicos e químicos para estimular a recuperação do nervo," disse John Haycock, coordenador do estudo.

Cabo nervoso

Os conduítes são feitos de um material polimérico biodegradável - uma espécie de plástico - à base de ácido poliláctico.

Eles são concebidos para guiar os nervos danificados, para que eles possam crescer novamente através de vários pequenos canais.

"Os nervos não são exatamente um fio comprido, eles são formados por vários pequenos fios, semelhantes a um cabo elétrico," explica o Dr. Frederik Claeyssens, coautor do estudo. "Utilizando nossa nova técnica, podemos fazer um conduíte com fios individuais, de forma que as fibras nervosas podem formar uma estrutura semelhante a um nervo não danificado."

Depois que o nervo se desenvolve novamente, o conduíte biodegrada-se naturalmente.

A equipe espera que estes novos dispositivos aumentem significativamente a recuperação de pacientes com uma ampla gama de lesões de nervos periféricos.

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