23/02/2009

Descoberto como bactérias evoluem para atacar o ser humano

Agência Fapesp
Descoberto como bactérias evoluem para atacar o ser humano
Estudo descobre maneira por meio da qual as bactérias se programam para atingir o homem com mais eficiência
[Imagem: Pnas]

Evolução para o mal

Um grupo de pesquisadores do Canadá, Austrália e Estados Unidos descobriu uma nova maneira por meio da qual as bactérias evoluem na forma de algo capaz de fazer adoecer o homem com mais eficiência.

Os cientistas identificaram que as bactérias se desenvolvem em patógenos, ou agentes causadores de doenças, pela reprogramação de seu DNA regulatório, o material genético que controla os genes causadores de doenças.

Até então, achava-se que a evolução de tais infecções ocorria principalmente pela adição ou subtração de genes no organismo. O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Reprogramação genética

De acordo com os autores, o trabalho tem implicações em como identificar e estabelecer risco para doenças emergentes.

"As células bacterianas contêm cerca de 5 mil genes diferentes, mas apenas uma fração deles é usada a cada vez. Essa é a diferença entre ser capaz ou ser incapaz de causar doença, ou quando e quais genes são ligados", disse o canadense Brian Coombes, professor do Departamento de Bioquímica e Ciências Biomédicas da Universidade McMaster, principal autor do estudo.

"Descobrimos como as bactérias evoluem para ligar apenas a combinação certa de genes de modo a causar doença em um hospedeiro. É um processo semelhante a tocar um instrumento musical: é preciso tocar as notas certas na ordem correta, de modo a fazer música", destacou.

Monitoramento de novas doenças

Com o crescente aumento de doenças infecciosas em todo o mundo, a descoberta tem consequências importantes para a identificação de novos patógenos no ambiente. Atualmente, os cientistas monitoram o risco de novas doenças pela análise do conteúdo genético de bactérias encontradas na água, em alimentos ou em animais.

"Os resultados abrem também novos e importantes desafios para nossa pesquisa, à medida que continuaremos com a ideia de poder identificar o risco de novos patógenos. Agora, sabemos que a questão não está apenas no conteúdo genético, mas no conteúdo genético somado à regulação desses genes", disse Coombes.

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