31/12/2011

Fiocruz faz avanços em doença transmitida por caramujos

Redação do Diário da Saúde
Fiocruz faz avanços em doença transmitida por caramujos
Os resultados recentes da pesquisa representam o primeiro passo na busca de proteínas candidatas para ensaios de diagnóstico e tratamento da angiostrongilíase abdominal.
[Imagem: Karina M. Rebello/Rubem Menna Barreto/IOC]

Angiostrongilíase abdominal

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), decifraram o perfil proteômico do parasita Angiostrongylus costaricensis.

Esse helminto causa uma inflamação intestinal aguda, conhecida como angiostrongilíase abdominal.

A doença, transmitida por moluscos terrestres, como o caramujo africano, tem difícil diagnóstico já que, por possuir uma sintomatologia pouco específica, pode ser confundida com outras helmintoses.

Os resultados recentes representam o primeiro passo na busca de proteínas candidatas para ensaios de diagnóstico e tratamento desta infecção.

Possíveis alvos

O trabalho descreve as proteínas mais abundantes expressas por estes parasitos, identificando parcialmente suas proteínas antigênicas - potenciais candidatas a alvos para o desenvolvimento de novas alternativas para o diagnóstico.

Até o momento, poucas análises concentraram suas atenções sobre o A. costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal.

Devido à ausência de ferramentas de diagnóstico, a angiostrongilíase abdominal é considerada uma doença sub-diagnosticada. O fato é que poucos médicos conhecem a doença.

Um dos últimos artigos assinados pelo pesquisador Henrique Leonel Lenzi, que faleceu em setembro deste ano, a pesquisa foi publicada no Journal of Proteomics.

Quando o tratamento faz mal

De acordo com Ana Gisele Ferreira, uma das autoras do estudo, um grande complicador no caso da angiostrongilíase abdominal é a falta de tratamento específico.

"Os anti-helmínticos utilizados para o tratamento da angiostrongilíase abdominal acabam sendo os mesmos normalmente empregados no tratamento de outras helmintoses", diz.

Infelizmente, em vez de matar o parasito a medicação tem efeito irritante sobre o A. costaricensis, fazendo com que ele migre das artérias mesentéricas, onde costuma se alojar, para outros órgãos.

Isto pode resultar em problemas mais sérios, como, por exemplo, tromboses.

Assim, o próprio tratamento com anti-helmínticos, por ser ineficaz contra o A. costarisensis, pode levar ao agravamento do quadro clínico do paciente.

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