06/09/2010

Doping genético já pode ser detectado em exame de sangue

Redação do Diário da Saúde
Doping genético já pode ser detectado em exame de sangue
O DNA transgênico - ou DNAt - não se origina da pessoa que está sendo examinada, mas é transferido para o seu corpo - muitas vezes usando vírus como meio de transporte - para criar substâncias que melhorem o desempenho.
[Imagem: Wladyslaw Sojka/Wikimedia]

Exame de doping genético

Cientistas das universidade de Tübingen e Mainz, na Alemanha, desenvolveram um exame de sangue capaz de detectar o doping genético de forma confiável.

"Pela primeira vez, está disponível um método direto que utiliza amostras de sangue convencionais para detectar o doping pela transferência de genes. Ele é eficaz mesmo se o doping real ocorreu até 56 dias antes," diz o Dr. Péricles Simon, um dos membros da equipe. "Isso representa um método de custo relativamente baixo para detectar vários dos genes mais comumente usados na dopagem."

Até agora, era impossível provar que um atleta tivesse passado por um doping genético.

O estudo mostrando a criação do novo teste para doping genético estudo foi publicada no site da revista científica Gene Therapy.

Segundo o estudo, o teste fornece respotas claras do tipo "sim" ou "não", baseado na presença ou na ausência dos chamados DNA transgênicos em amostras de sangue.

O que é doping genético

Em vez de tomar uma substância que melhore seu desempenho, no doping genético o atleta recebe um DNA transgênico que força seu próprio corpo a produzir a substância desejada.

"O processo de inserção de genes individuais em células específicas do corpo vem da ideia de curar doenças graves. Imaginava-se que só seria possível detectar o doping genético pela transferência de genes usando um procedimento analítico indireto extremamente dispendioso no campo da medicina molecular," explicou o professor Michael Bitzer, coautor da pesquisa.

O DNA transgênico - ou DNAt - não se origina da pessoa que está sendo examinada, mas é transferido para o seu corpo - muitas vezes usando vírus como meio de transporte - para criar substâncias que melhorem o desempenho, tais como a eritropoietina (EPO), para a formação de glóbulos vermelhos.

"O corpo de um atleta dopado geneticamente produz sozinho os hormônios que melhoram o desempenho, sem a necessidade de introduzir substâncias estranhas ao corpo. Ao longo do tempo, o corpo torna-se seu próprio fornecedor de doping", explicou Simon.

Teste antidoping genético

"O desenvolvimento de um método confiável para a detecção de mau uso da transferência de genes será usado para garantir que esta nova tecnologia, da qual os efeitos colaterais são apenas parcialmente conhecidos, seja usada exclusivamente no tratamento de doenças graves", disse Bitzer.

O funcionamento do exame para detectar doping genético foi comprovado em um chamado teste de especificidade, em 327 amostras de sangue colhidas de atletas profissionais e amadores.

Os pesquisadores acreditam que agora os atletas deixarão de tirar vantagem do uso da terapia gênica para fins de doping. "No mínimo, o risco de ser descoberto meses depois da transferência de genes ter ocorrido deve intimidar até mesmo os dopados mais ousados", acredita Simon.

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