29/01/2015

Ebola: Epidemia continua e vírus pode ter sofrido mutação

Com informações da Agência Brasil e BBC

A epidemia de ebola está diminuindo, mas o vírus ainda está presente em um terço das áreas dos três países da África Ocidental mais afetados, advertiu o coordenador da Organização das Nações Unidas David Nabarro para a luta contra a epidemia.

"Ainda assistimos a crises ocasionais e algumas surpresas, com novos casos fora das nossas listas de contatos", disse David Nabarro, na sede da União Africana, na véspera de uma cúpula de líderes, em que o ebola figura como ponto fundamental de discussão. "Isso significa que a epidemia não está contida ainda."

Segundo os mais recentes dados da Organização Mundial da Saúde, foram registrados mais de 20.200 casos, com 7.900 mortos. Os três países mais afetados são Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacri.

Mutação do vírus do ebola

Enquanto isso, pesquisadores do Instituto Pasteur, na França - os primeiros a identificar a epidemia - anunciaram que o vírus sofreu uma mutação e pode ter-se tornado mais contagioso.

"Sabemos que o vírus está mudando bastante", disse o geneticista Anavaj Sakuntabhai à reportagem da BBC. "Isso é importante para o diagnóstico (de casos novos) e para o tratamento. Precisamos saber como o vírus (está mudando) para fazer frente ao nosso inimigo."

Mutações em vírus ao longo do tempo não são incomuns. O ebola é um vírus de RNA - como o HIV e a influenza (gripe) - que têm uma elevada taxa de mutação. Isso o torna mais apto a se adaptar e aumenta o potencial de contágio.

"Identificamos vários casos que não têm nenhum sintoma, casos assintomáticos", disse Sakuntabhai. "Essas pessoas podem ser as que mais transmitem o vírus, mas ainda não sabemos. Um vírus pode passar por uma mutação e se tornar menos mortal mas mais contagioso - isso é algo que nos deixa com medo."

Mas a maior incidência de pacientes assintomáticos no atual surto de ebola não é necessariamente uma prova conclusiva de que o vírus se tornou mais contagioso, diz o professor Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, também à BBC.

"Poderia ser simplesmente um jogo de números: quanto mais infecções na população em geral, obviamente veremos mais infecções assintomáticas", argumenta.

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