15/06/2010

Equipamento dá esperança a vítimas de derrame cerebral

Redação do Diário da Saúde
Equipamento dá esperança a vítimas de derrame cerebral
O aparelho contém dois componentes principaisNULL invólucro exterior, para capturar os coágulos, e um filamento interno que abriga a malha de níquel- titânio, de cinco milímetros de diâmetro, que filtra o sangue e coleta os coágulos.
[Imagem: Zina Deretsky, NSF]

Coágulos no cérebro

Quando uma pessoa sofre um acidente vascular cerebral - um derrame - o tempo é uma questão crítica - mais de um milhão de células cerebrais morrem a cada minuto, privadas da sua fonte de alimento devido ao dano no vaso sanguíneo que as abastecia.

Os coágulos são a principal causa imediata dos acidentes vasculares cerebrais. Removê-los rapidamente pode diminuir a quantidade de células afetadas, reduzindo drasticamente as sequelas do derrame.

Agora, pesquisadores desenvolveram um novo equipamento capaz de remover coágulos sanguíneos no cérebro com alta eficiência.

Desentupimento de veias e artérias

A nova ferramenta supera as limitações dos tratamentos de emergência atualmente usados no atendimento a vítimas de derrame, aumentando o tempo disponível para que o paciente seja tratado.

Criado pelos irmãos Vallabh Janardhan e Vikram Janardhan, o SHELTER™ (Stroke Help using an Endo-Luminal Transcatheter Embolus Retrieval) é construído com base em um longo catéter.

O aparelho contém dois componentes principais: um invólucro exterior, para capturar os coágulos, e um filamento interno que abriga uma malha de níquel-titânio, de cinco milímetros de diâmetro, que filtra o sangue e coleta os coágulos.

Para evitar a perfuração acidental dos vasos sanguíneos, o componente interno também contém uma ponta macia, em formato de mola e um revestimento de segurança de plástico.

"No fim das contas, acidentes vasculares cerebrais isquêmicos são simplesmente um entupimento em um cano," diz Vikram Janardhan. "Mas esses entupimentos são a principal causa de incapacidade a longo prazo."

Banco de ensaio

A tecnologia recentemente completou com sucesso uma etapa de testes rigorosos em um equipamento de ensaio modelado em silicone a partir de vasos cerebrais de cadáveres humanos.

Completo, com aneurismas, aterosclerose e "placas", o novo banco de ensaio é mais preciso do que os testes em animais, o que ajudou a acelerar o desenvolvimento do aparelho.

Potencialmente, o banco de ensaio poderá ser ele próprio uma nova abordagem para a fase final de avaliação de novas tecnologias de equipamentos médicos.

Remoção de coágulos

O SHELTER é o primeiro equipamento médico capaz tanto de filtrar quanto de remover os coágulos, o primeiro a prender o coágulo em suas duas extremidades, e o primeiro capaz de acessar pequenos vasos no cérebro.

A tecnologia pode ser personalizada para se ajustar ao comprimento e ao diâmetro específico do coágulo de um paciente, uma abordagem personalizada que pode aumentar o sucesso do tratamento.

Atendimento de derrame

O tratamento atual para o acidente vascular cerebral isquêmico (aquele que envolve um coágulo de sangue, em vez de uma ruptura do vaso sanguíneo) utiliza uma droga de dissolução que é eficaz até três horas após o início dos sintomas do derrame.

Após três horas, a droga pode causar complicações hemorrágicas sistêmicas. Como resultado, mesmo após 14 anos de uso, apenas três a quatro por cento de todos os pacientes com AVC se beneficiam desse tratamento.

Os dispositivos médicos, quando usado como uma alternativa à terapia medicamentosa, não causam complicações hemorrágicas sistêmicas e podem estender a janela de tratamento para algo em torno de oito horas.

Equipamento de remoção dos coágulos

Os equipamentos de remoção dos coágulos atualmente em uso têm taxas de sucesso modestas, porque eles não são muito bons na remoção de coágulos inteiros e não conseguem alcançar os vasos sanguíneos menores no cérebro.

Eles também costumam liberar restos de sangue coagulado, que podem causar acidentes vasculares cerebrais secundários em vasos sanguíneos menores "a jusante".

Os desenvolvedores esperam executar os ensaios clínicos do aparelho em 2012 e 2013 e então solicitar sua aprovação aos órgãos de saúde.

A SHELTER™ foi financiado pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos e será fabricado pela empresa emergente Insera Therapeutics.

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