26/07/2012

Descoberto novo tipo de gordura boa, a gordura bege

Redação do Diário da Saúde
Descoberto novo tipo de gordura boa, a gordura bege
Parece haver uma transição entre os tipos de gordura. Enquanto a gordura branca armazena energia, e nos faz engordar, as gorduras marrom e bege queimam energia.
[Imagem: Wu et al./Cell]

A cor da gordura

Também chamada de "gordura boa", a gordura marrom encontrada no corpo humano agora tem uma companheira - a gordura bege.

É o que garante um novo estudo no qual os pesquisadores pela primeira vez caracterizaram plenamente esse tipo de tecido que, ao contrário do que possa parecer, combate a obesidade e tem importante papel no sistema imunológico.

As descobertas podem levar a formas mais específicas para enfrentar a obesidade e o diabetes, eventualmente por meio do incremento dessas células de gordura bege, dizem os pesquisadores.

Tipos de células de gordura

O estudo parece indicar que existem células gorduras de diversos tipos e diversas funções, eventualmente com alterações de funções.

"Nós identificamos um terceiro tipo de célula de gordura," explica Bruce Spiegelman, da Escola de Medicina de Harvard (EUA). "Há a gordura branca, a gordura marrom, e agora a gordura bege. Este terceiro tipo de gordura bege está presente na maioria ou em todos os seres humanos."

Na verdade, sempre se pensou que a gordura marrom existisse apenas em bebês, servindo para mantê-los aquecidos.

Mas dados de imageamento médico mais recentes - e mais precisos - mostram que os adultos também mantêm um pouco dessa gordura saudável.

Origem da gordura marrom

Mas a equipe de Spiegelman já havia mostrado anteriormente que a gordura marrom queimadora de energia, encontrada no meio da gordura branca armazenadora de energia em adultos, não era exatamente a gordura marrom clássica que se vê em bebês.

A gordura marrom dos bebês vem dos músculos, enquanto nos adultos as células de gordura marrom surgem do "escurecimento" da gordura branca.

No novo estudo, a equipe de Spiegelman clonou células bege retiradas do tecido adiposo de camundongos para estudar a sua atividade em nível genético.

Os perfis de expressão mostraram que, geneticamente, as células bege estão em um ponto entre a gordura branca e a gordura marrom.

Inicialmente, elas têm baixos níveis de UCP1 (proteína desacopladora 1), um ingrediente chave para a queima de energia e geração de calor, níveis semelhantes aos da gordura branca.

Mas as células bege também têm uma notável capacidade de incrementar sua expressão de UCP1, iniciando um programa de queima de energia que é equivalente àquele da gordura marrom clássica, a dos bebês.

Irisina

A equipe também descobriu que as células bege respondem a um hormônio conhecido como irisina, para ativar o programa de queima de energia.

Isso é particularmente notável porque a irisina é liberada pelos músculos mediante exercícios físicos, e é responsável por alguns dos benefícios que a atividade física traz.

Ou seja, a irisina pode ser o tratamento há muito procurado para aumentar a queima de células de gordura.

Além do potencial terapêutico, as novas descobertas podem levar a novas e melhores maneiras para caracterizar as significativas diferenças entre as pessoas quanto ao número de células bege que cada uma possui, diz o Dr. Spiegelman.

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