23/01/2014

GPS cirúrgico diminui risco de cirurgia no cérebro

Redação do Diário da Saúde

Batizada informalmente de "GPS cirúrgico", uma nova técnica que diminui o risco dos pacientes em tratamento de tumor cerebral está sendo adotada no Brasil.

O processo se constitui em uma microcirurgia funcional para ressecção do tumor, baseada no uso combinado de recursos ultramodernos de imagens e no registro da atividade elétrica cerebral durante a cirurgia.

As tecnologias, combinadas entre si, garantem o acesso a áreas críticas do cérebro, preservando suas funções e evitando que o paciente sofra algum tipo de sequela.

O novo conceito traz para o sistema público brasileiro - SUS (Sistema Único de Saúde) - uma nova abordagem de cirurgias de tumores cerebrais.

"É comum o médico se defrontar com o dilema de deixar restos tumorais para evitar sequelas neurológicas, ou buscar maior 'radicalidade cirúrgica' assumindo o risco de perda de algumas funções cerebrais, como paralisias, perda de sensibilidade, perda visual ou dificuldade de linguagem", afirma Guilherme Lepski, médico neurocirurgião do ICESP (Instituto de Câncer do Estado de São Paulo).

O procedimento é indicado para pacientes diagnosticados com tumores oriundos do próprio tecido cerebral, que se situam próximo aos locais "mais nobres" do cérebro, como as áreas visuais, de linguagem ou que comandam a movimentação do corpo.

O sistema guia o cirurgião durante a retirada do tumor, de maneira semelhante aos sistemas de navegação automotivos baseados em GPS.
[Imagem: ICESP]

GPS cerebral

Uma das dificuldades técnicas para lidar com as áreas mais delicadas do cérebro ocorre pelo fato de que, durante a anestesia geral, as principais funções cerebrais estão inativadas ou bloqueadas farmacologicamente.

Para contornar essa dificuldade, uma das técnicas recentemente incorporadas no ICESP envolve a Monitorização Eletrofisiológica Intraoperatória, ou seja, o registro constante e em tempo real de diversas funções neurológicas.

Esse método permite mapeamento de diversas funções cerebrais e acarreta maior segurança ao ato cirúrgico, permitindo ao cirurgião alcançar maior grau de retirada tumoral, sem prejuízo de funções cerebrais.

O sistema guia o cirurgião durante a retirada do tumor, de maneira semelhante aos sistemas de navegação automotivos baseados em GPS, com a diferença que os sistemas de navegação neurocirúrgica se baseiam em raios infravermelhos.

A nova técnica permite a incorporação de imagens de funções cerebrais no ambiente de navegação cirúrgica. Esses recursos, quando somados à monitorização da atividade elétrica cerebral durante a cirurgia, maximizam a ressecção do tumor e minimizam a chance de sequelas.

"Com esses recursos tecnológicos de ponta buscamos oferecer um maior tempo de sobrevida e melhor qualidade de vida a pacientes portadores de câncer neurológico", afirmou Lepski.

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