13/03/2017

Questionada relação entre gravidez indesejada e nível educacional

Com informações da Umich
Gravidez indesejada não tem relação com nível educacional
"As mulheres com mais vantagens educacionais têm acesso a oportunidades que garantem suas conquistas, mas também exigem uma prevenção mais vigilante da gravidez."
[Imagem: Umich]

Educação e gravidez precoce

Ao contrário do pensamento predominante, mães com nível de educação mais alto têm maior probabilidade de ter seu primeiro filho fruto de uma gravidez não planejada, segundo estudo da Universidade de Michigan.

Há décadas, os defensores do planejamento familiar têm focado nas mulheres com menos educação e mais pobres para os programas destinados à redução dos nascimentos não intencionais.

Mas esse pressuposto não se sustentou quando pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA) analisaram os dados com mais profundidade, examinando se a vantagem educacional recebida na juventude estaria ligada à gravidez indesejada, o que inclui tanto a gravidez precoce, que ocorre muito cedo, quanto aquela não desejada pelo casal.

Perdendo o foco

Os resultados mostram que o aumento da educação e o acesso aos métodos contraceptivos para reduzir a gravidez indesejada podem não ser a resposta definitiva para a questão.

"A maneira atual em que olhamos a gravidez planejada, que se concentra em grande parte sobre se as mulheres estão usando ou não métodos contraceptivos, especificamente os reversíveis de longa duração, está perdendo o foco.

"Se queremos compreender completamente as causas da gravidez indesejada, precisamos examinar mais profundamente como os fatores de intenção - incluindo os processos de pensamento e motivações para prevenir a gravidez - estão ligados à vantagem educacional, a oportunidades estruturais e a outros fatores que influenciam o modo como cada mulher vê a gravidez em relação ao seu futuro pessoal como profissional, parceira e membro da comunidade," disse a Dra. Akilah Wise, responsável pelo estudo.

Ambiente saudável

Ao expandir o quadro utilizado para conceituar e estudar a gravidez indesejada, torna-se possível fazer considerações mais abrangentes, para além do acesso ao ensino do planejamento familiar e da contracepção. Os pesquisadores também desafiam suposições tradicionais sobre quem enfrenta a gravidez não intencional.

A média de idade das entrevistadas era de pouco menos de 24 anos quando deram à luz.

"As mulheres com mais vantagens educacionais têm acesso a oportunidades que garantem suas conquistas, mas também exigem uma prevenção mais vigilante da gravidez. Se uma mulher tem o desejo e a oportunidade de ser uma médica ou advogada, então é mais provável que ela atrase a gravidez," disse a pesquisadora, explicando que um nascimento que atrapalha tais planos provavelmente seria descrito como não intencional, mesmo se a mãe quer ter filhos em algum momento.

"Por outro lado, para as mulheres que têm menos vantagens educacionais, portanto menos oportunidades que exigem atraso na gravidez, se tornar mãe não interrompe esses planos. De fato, se tornar mãe pode ser uma meta desejada em vez de outras oportunidades que estão fora do alcance dela," conclui Wise, ressaltando que os programas que se concentram em saúde reprodutiva e no planejamento familiar devem prestar mais atenção ao que realmente cria um ambiente saudável de apoio para todas as mulheres que experimentam a maternidade.

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