14/05/2009

Hepatites ameaçam o fígado de mais de 5 milhões de brasileiros

Redação do Diário da Saúde

Hepatites no Brasil

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, no Brasil, uma em cada 30 pessoas pode estar infectada pelos vírus causadores das hepatites B e C. Os números, quando analisada a população mundial, são ainda piores: uma em cada 12 pessoas sofre com um desses vírus que atacam o fígado.

O agravante é o fato de serem doenças silenciosas e, por isso, a maioria dos portadores não sabe que está doente e, consequentemente, não busca ajuda médica. Sem o diagnóstico e tratamento adequados, muitos casos evoluem para a insuficiência hepática, cirrose ou o câncer hepático.

Dia Mundial das Hepatites Virais

No Dia Mundial das Hepatites Virais, na próxima terça-feira, dia 19 de maio, a ONG Grupo Otimismo toma a frente da campanha "Sou o número 12?", promovida mundialmente pela World Hepatitis Alliance.

"A falta de informação sobre as hepatites e sobre a existência de tratamentos são o grande problema do cenário brasileiro", afirma Carlos Varaldo, presidente da ONG. Por isso, a data servirá tanto para alertar sobre a importância da prevenção quanto para estimular a realização de exames que fazem o diagnóstico dos vírus.

Hepatites no mundo

Mundialmente, as hepatites B e C atingem 520 milhões de pessoas, número 13 vezes maior que a epidemia de AIDS. Só no Brasil, cerca de quatro milhões de pessoas podem estar infectadas com o vírus da hepatite C e dois milhões com o vírus B.

No entanto, mais de 95% ainda desconhecem que estão doentes e podem conviver com sérias complicações hepáticas. "Não realizar campanhas de detecção de hepatites pode acarretar grande aumento nos casos de cirrose, câncer e insuficiência hepática nos próximos anos", ressalta Varaldo. "O importante é que as pessoas saibam que fazer o teste é essencial e que, no caso de diagnóstico positivo, há tratamento", completa o presidente do Grupo Otimismo.

Sobre a hepatite B

Dados da OMS dão conta de que existem mais de dois bilhões de pessoas infectadas pelo vírus causador da hepatite B. Deste número, cerca de 350 milhões de portadores têm a infecção do tipo crônica e correm alto risco de desenvolver problemas sérios no fígado.

A doença representa a 10ª causa de morte no mundo. O vírus B é resistente e altamente contagioso na relação sexual - 100 vezes mais que o HIV. Só no Brasil, o Ministério da Saúde estima que mais de dois milhões de pessoas já foram contaminadas.

Sobre a hepatite C

A hepatite C, mais comum infecção crônica sanguínea, é transmitida primariamente por meio do sangue e derivados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, há 170 milhões de pessoas com hepatite C crônica, com aproximadamente quatro milhões de novos casos de infecção descobertos por ano.

O Ministério da Saúde do Brasil estima que, no País, cerca de três milhões de pessoas sejam portadoras do vírus C. Apesar da possibilidade de cura, a doença é uma das principais causas das complicações hepáticas e transplantes de fígado.

As principais diferenças entre as Hepatites C e B

HEPATITE B

O vírus da hepatite B (HBV) pode ser encontrado no sangue, saliva, sêmen, secreção vaginal, fluxo menstrual, urina e no leite materno. A transmissão do HBV ocorre quando o sangue ou fluidos orgânicos contaminados pelo vírus penetram na corrente sanguínea.

Transmissão

  • de mãe para filho, no momento do nascimento;
  • contato sexual;
  • compartilhamento de seringas ou agulhas ou ferimentos;
  • transplante de órgão ou tecidos contaminados.

Sintomas

  • logo após a infecção: sem sintomas ou é sentido um estado semelhante ao de um resfriado.
  • forma crônica: febre, mal-estar, urina escura, fezes esbranquiçadas e amarelão. Sem dar sinais, evolui para quadros graves, como cirrose ou câncer, sem que o paciente perceba o risco que representa para sua saúde.

Prevenção

  • vacina

HEPATITE C

A principal via de transmissão do HCV (vírus da hepatite C) é por meio do contato com sangue e secreções contaminadas.

Transmissão

  • transfusão de sangue e derivados antes de 1992;
  • hemodiálise (pelo compartilhamento de materiais contaminados);
  • compartilhamento de seringas e agulhas no uso de drogas intravenosas;
  • manipulação de material contaminado por profissionais como paramédicos, bombeiros, policiais, manicures

Sintomas

  • Como age silenciosamente, a doença raramente provoca sintomas. Sem dar sinais também evolui para quadros graves, como cirrose ou câncer, sem que o paciente perceba o risco que representa para sua saúde.

Prevenção

  • não existe vacina
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