13/06/2014

HIV latente é reativado usando ruído genético

Redação do Diário da Saúde
HIV latente é reativado usando
Aumentando a atividade aleatória associada com a expressão do gene do HIV - é essa atividade aleatória que os pesquisadores chamam de "ruído" - é possível reativar o HIV latente.
[Imagem: Roy D. Dar et al. - 10.1126/science.1250220]

HIV latente

Um dos maiores obstáculos para encontrar uma cura para a infecção pelo HIV é fazer com que os vírus latentes se revelem.

Quando o HIV infecta uma célula imunológica, ele insere seu material genético no DNA da célula infectada. Na maioria dos casos, os mecanismos da célula fazem cópias do material genético do vírus, um processo conhecido como transcrição.

Isto eventualmente leva à produção - ou expressão - de todos os componentes necessários para produzir mais vírus. Os novos vírus, por sua vez, saem da célula infectada e espalham a infecção para outras células.

Em alguns casos, no entanto, a expressão do HIV assume um padrão de suspensão, e o vírus entra em um estado latente no interior da célula infectada.

Isto significa que uma porcentagem da população de HIV no corpo se esconde nas células infectadas, fora do alcance até mesmo das drogas mais potentes.

Como resultado, não se consegue eliminar completamente o HIV do corpo, e as pessoas com infecção pelo HIV têm que tomar medicamentos antirretrovirais (ARVs) para o resto de suas vidas.

"Ruído" viral

Cientistas já haviam identificado compostos que podem reativar o HIV através da ativação da transcrição, mas estes compostos ainda estão em estágio inicial de pesquisa e não se mostraram muito eficazes.

Em parte, isso se deve ao aspecto "ruidoso" da transcrição do HIV.

Agora, Roy Dar e Leor Weinberger, do Instituto Gladstone (EUA), descobriram que esse "ruído" pode ser usado contra o HIV.

Aumentando a atividade aleatória associada com a expressão do gene do HIV - é essa atividade aleatória que os pesquisadores chamam de "ruído" - é possível reativar o HIV latente.

O conceito, embora possa parecer oposto ao que a intuição indica, foi tomado emprestado de outros campos da ciência, como a química, onde o aumento das flutuações pode aumentar a eficiência das reações.

"As implicações para a utilização do ruído também se estendem muito além da reativação do HIV, uma vez que a atividade celular aleatória contribui para uma ampla gama de processos, da persistência dos antibióticos à metástase do câncer," disse o Dr. Weinberger.

"Assim, esta abordagem pode representar uma nova ferramenta para a descoberta de drogas em vários campos," prevê ele.

Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Vírus

Genética

Desenvolvimento de Medicamentos

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.