28/07/2011

Líderes carismáticos podem ser mais atores do que líderes de verdade

Redação do Diário da Saúde
Líderes carismáticos podem ser mais atores do que líderes de verdade
Será que o público ficaria tão impressionado com suas tiradas aparentemente espontâneas e informais se soubessem que Steve Jobs gasta 10 horas de treinamento e prática para cada 10 minutos de apresentação?
[Imagem: Matthew Yohe/Wikipedia]

Mística do carisma

Uma pesquisa realizada na Universidade do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, sugere que nós atribuímos a certos líderes o rótulo de carismáticos por meio de um "pensamento mágico".

O estudo revela como este processo, profundamente enraizado na cognição humana, está envolvido na atribuição do carisma.

Os pesquisadores queriam investigar por que alguns gerentes se tornam líderes, saudados como carismáticos e visionários, com consequências para as atitudes e ações dos funcionários em relação a eles.

Treinando para parecer espontâneo

Um exemplo bem conhecido deste fenômeno é Steve Jobs, criador da Apple.

Sua mística como um visionário carismático foi conquistada, em parte, pelas suas fascinantes apresentações públicas dos novos produtos da empresa.

Mas será que o público ficaria tão impressionado com suas tiradas aparentemente espontâneas e informais se soubessem que Jobs gasta 10 horas de treinamento e prática para cada 10 minutos de apresentação?

Será que conhecer seu método pode fazê-lo parecer menos mágico?

Foram feitos três experimentos, em que os participantes se colocavam em diversas situações e avaliavam líderes com base na sua "fórmula de sucesso" - carisma ou trabalho duro.

Os resultados da pesquisa sugerem que o carisma é, algumas vezes, uma ilusão.

Carisma ou teatro?

Embora os gerentes possam criar uma reputação como um líder carismático e transformador por vários caminhos válidos e concretos, os gestores também podem ganhar a mística do carisma cuidando dos detalhes em como fazem as coisas, como um ilusionista no palco.

"Vencer nos negócios e nos empreendimentos políticos não é fruto apenas de um bom desempenho, mas também de gerenciar as interpretações que os outros fazem de seu desempenho," diz o professor Michael Morris, coautor do estudo, destacando o principal ponto elucidado pela pesquisa.

Embora uma organização possa se beneficiar do surgimento de um novo executivo como líder aos olhos dos funcionários, esse desempenho teatral também pode ser perigoso, uma vez que limita a transferência de competências desse gestor para os outros membros da equipe - pelo simples fato de que as pretensas competências podem simplesmente não existir.

Assim, os resultados da pesquisa sugerem que as empresas deveriam investigar mais profundamente seus candidatos, pelo menos quando estiverem recrutando executivos com base no carisma.

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