18/07/2017

Mães, crianças e TV: Relacionamento complicado, mas não de todo ruim

Com informações da Umich
Mães, crianças e TV: Relacionamento complicado, mas não de todo ruim
As experiências positivas superam as negativas e os desafios parecem se concentrar em fatores específicos da criança ou em momentos de estresse.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Renda e TV

Crianças assistindo televisão por longas horas não é algo que costume receber muitos elogios por parte dos especialistas em saúde e educação, mas talvez nem todas as críticas sejam merecidas.

O caso seria mais grave entre as mães de baixa renda que, por falta de opções de lazer ou de tempo para se dedicarem aos filhos, são alvo de críticas por parte desses especialistas.

Isso porque a televisão é um fator de risco para a obesidade, e as crianças de baixa renda assistem mais TV e têm maiores taxas de obesidade do que as crianças de renda mais alta.

Mas essas críticas podem ser infundadas ou estarem largamente exageradas, conforme constataram pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA), que se concentraram especificamente nas famílias de baixa renda.

Na verdade, as mães que acompanham a programação educacional vista pelos filhos têm na televisão um aliado, uma ferramenta positiva que as ajuda na educação. As mães também relatam experiências bastante positivas no gerenciamento do uso das mídias por seus filhos.

Foco na programação, não no tempo

O tempo de tela permitido para os filhos, em particular a TV, que ainda é o meio eletrônico mais popular, é um grande problema em todos os dados demográficos, mas tem sido apontado como um problema ainda maior para as crianças de baixa renda, comentou Sarah Domoff, pesquisadora responsável pelo estudo.

Várias questões emergiram durante a pesquisa. As mães disseram que o que seus filhos assistem na televisão é mais importante do que o quanto. Com esse objetivo, elas se concentram em restringir a programação e, apenas em casos extremos, definem limites de tempo.

As mães estavam confiantes nas escolhas da programação para seus filhos e acreditam na definição da programação apropriada para a idade dos seus filhos conforme recomendações dos canais de TV. Isso desafia o pressuposto de que as mães de baixa renda experimentam problemas no gerenciamento do uso de mídia de seus filhos, disse Domoff.

As experiências positivas superam as negativas e os desafios parecem se concentrar em fatores específicos da criança ou em momentos de estresse, como a hora da refeição ou de dormir. As mães também expressaram preocupação com os efeitos de uma programação violenta, mas não se preocupam tanto com os comerciais.

"Isso é importante porque sabemos que a exposição a propagandas de fast food ou refrigerantes foi apontada como um fator de risco para a obesidade infantil," disse Domoff.

Juntos na TV

Os pesquisadores também descobriram que as mães aproveitam para passar um tempo junto com seus filhos, assistindo uma programação de qualidade - especialmente os observando a aprender.

"Isso é importante porque, para famílias com menos recursos, assistir televisão é algo que eles valorizam, e parece ser uma atividade importante que elas gostam," disse Domoff.

Finalmente, se uma mãe permite ou não a televisão durante as refeições varia conforme seus objetivos. Se ela vê as refeições como momento para conversar e estreitar os vínculos familiares, ela não permite a televisão. No entanto, se as refeições são vistas estritamente como tempo para as crianças comerem, as mães são mais propensas a permitir a televisão se isso ajuda a alcançar esse objetivo.

No entanto, Domoff disse que o uso de TV durante as refeições também é um fator de risco para a obesidade, e outras estratégias para ajudar as crianças a comer devem ser encorajadas.

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