12/02/2014

Mamografias anuais não reduzem mortes mais que exames físicos

Com informações da Agência Brasil

As mamografias anuais feitas de forma preventiva por mulheres entre 40 e 59 anos não reduzem a mortalidade por câncer da mama mais do que os exames físicos de apalpação ou o cuidado habitual, revela mais um estudo, este publicado hoje pelo British Medical Journal.

O trabalho, feito por uma equipe do Estudo Nacional de Mamografias do Canadá em um período de 25 anos, mostrou também que 22% dos tumores detectados por mamografia eram, na realidade, inofensivos e não teriam causado sintomas ou a morte das pacientes.

Uma em cada 424 mulheres que se submeteram a mamografias para o estudo foi vítima do diagnóstico, concluíram os cientistas.

A mamografia anual é feita em muitos países por mulheres de diferentes idades como forma de prevenção e de redução da mortalidade.

Ainda que as mulheres com pequenos tumores não palpáveis, detectados por mamografias, tenham melhores expectativas de sobrevivência do que as mulheres com cânceres palpáveis, os cientistas dizem que não está claro que essa diferença se explique pelos controles mamográficos periódicos.

Os especialistas destacam que os resultados não podem ser considerados para todos os países, mas recomendam aos governos que revejam seus programas de mamografias anuais dentro das estratégias nacionais de combate ao câncer de mama.

Na opinião dos cientistas, embora a educação, o diagnóstico precoce e o excelente atendimento clínico devam continuar, as "mamografias anuais não contribuem para reduzir a mortalidade em mulheres entre 40 e 59 anos" mais do que os exames físicos.

Tem havido um corpo crescente de evidências científicas alertando para o excesso de mamografias, que podem estar mais causando câncer do que protegendo a saúde das mulheres.

Há cerca de um mês, o Diário da Saúde publicou uma série de reportagens alertando sobre o problema:

O governo brasileiro, contudo, parece não considerar as últimas evidências científicas, tendo anunciado recentemente um programa para ampliar, e não para avaliar o uso das mamografias preventivas.

A recomendação atual do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que as mulheres entre 50 e 69 anos façam a mamografia preventiva a cada 2 anos.

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