11/07/2013

Mamografias preventivas não afetam mortalidade por câncer de mama

Redação do Diário da Saúde

Embora a mamografia preventiva possa ser válida para cada mulher em particular, como medida de saúde pública - para rastreamento da doença em toda a população - ela parece ser totalmente ineficaz.

Esta é a conclusão de um estudo abrangendo dados dos últimos 40 anos, que comparou o período anterior e posterior à adoção da mamografia preventiva no Reino Unido.

O trabalho, publicado no Journal of the Royal Society of Medicine, concluiu que o rastreio do câncer de mama ainda não mostrou qualquer efeito sobre as estatísticas de mortalidade causadas pela doença.

Rastreio do câncer de mama

Os pesquisadores da Universidade de Oxford procuravam indícios de um declínio na mortalidade pelo câncer de mama que pudesse ser atribuído à implementação do programa de rastreio mamográfico.

Contudo, eles concluíram que as estatísticas de mortalidade de base populacional para a Inglaterra não mostram benefícios do rastreio do câncer de mama.

O novo estudo contrasta com conclusões de uma revisão independente encomendada pelo Ministério da Saúde inglês, publicado em 2012, que concluiu que houve uma redução relativa de 20% na mortalidade por câncer de mama em mulheres que fizeram o exame preventivo.

Apesar de suas próprias conclusões, as autoridades de saúde inglesa recentemente adotaram como padrão alertar a mulheres sobre os riscos das mamografias.

A nova análise também descobriu que, para cada morte por câncer de mama evitado pelo rastreamento mamográfico, cerca de três casos de sobrediagnóstico - falsos positivos apontados pela mamografia - foram tratados desnecessariamente.

Esta conclusão está de acordo com inúmeros outros estudos que alertam sobre os efeitos nefastos dos falsos positivos das mamografias.

Nem a longo prazo

A Dra Toqir Mukhtar, coordenadora do estudo, afirma que, embora os novos resultados não descartem um benefício do rastreio do câncer da mama a nível individual, "os efeitos não são grandes o suficiente para serem detectados a nível da população".

Ela conclui: "Medir a eficácia da mamografia é uma área fundamental de preocupação nos países que estabeleceram programas de rastreio mamográfico. Os ensaios clínicos têm indicado que são necessários vários anos entre o início do rastreio e a emergência de uma redução na mortalidade. Contudo, os nossos dados mostram que não há nenhuma evidência de um efeito da mamografia sobre a mortalidade por câncer da mama, ao nível da população, durante um período de observação de cerca de 40 anos."

Além da relativa ineficiência do exame e do grande número de falsos positivos, os especialistas criticam a mamografia pela dose de radiação a que a mulher se expõe ao longo de anos, que pode acabar levando ao desenvolvimento da própria doença que o exame pretende evitar.

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