26/03/2013

Mamografias só depois dos 50 e a cada dois anos, afirma estudo

Redação do Diário da Saúde
Mamografias só depois dos 50 e a cada dois anos, afirma estudo
Tem havido uma preocupação crescente entre os médicos com os grande número de falsos positivos dos exames preventivos para câncer de mama.
[Imagem: UCSF]

Orientações com base científica

Fazer mamografia a cada dois anos é melhor do que um exame anual para as mulheres entre 50 e 74 anos de idade.

Segundo a Dra Karla Kerlikowske, da Universidade de San Francisco, a realização bianual do exame não diminui a taxa de detecção precoce do câncer de mama, mas reduz significativamente os falsos positivos.

Os resultados do estudo dão sustentação à prática recomendada no Brasil pelo Instituto Nacional do Câncer, que estabelece que as mulheres entre 50 e 69 anos façam a mamografia preventiva a cada dois anos.

Nos últimos anos, vários pesquisadores vêm concentrando estudos na área para se contrapor a recomendações feitas por associações profissionais de médicos e laboratórios, que afirmam, sem qualquer fundamentação científica, que as mulheres deveriam começar a fazer mamografias a partir dos 40 anos de idade.

Na verdade, estudos já comprovaram que exames de imageamento desnecessários aumentam o risco do câncer de mama.

A Dra. Karla concentrou sua atenção em mulheres consideradas de alto risco para o câncer de mama, por terem seios mais densos e fazerem ou terem feito uso de terapias hormonais para a menopausa.

"Uma idade mais avançada e peitos com alta densidade estão entre os fatores de risco mais fortes para a doença," justifica ela, acrescentando que um histórico familiar de câncer de mama aumenta a possibilidade de desenvolvimento da doença, mas não aumenta as chances de tumores em estado avançado ou tumores maiores.

Decisões bem informadas

Segundo a pesquisadora, o intuito do estudo é dar melhores informações às mulheres para que elas decidam quando se submeter aos mamogramas.

"Essas decisões individuais envolvem avaliar o balanço entre os benefícios do rastreamento - a detecção precoce do câncer - e os danos potenciais, como falsos positivos, entre as mulheres saudáveis. Algumas pessoas que estejam em maior risco da doença podem estar mais dispostas do que as de menor risco para aceitar esses danos potenciais [dos exames preventivos]," afirmou.

Tem havido uma preocupação crescente entre os médicos com o grande número de falsos positivos dos exames preventivos.

Além do efeito psicológico devastador para as mulheres, um falso positivo significa que mulheres sem câncer serão chamadas de volta para mais exames, incluindo biópsias, ultrassonografias e ainda mais mamografias, aumentando a dose de radiação a que ficam sujeitas.

Densidade dos seios

Segundo as pesquisadoras, entre 12 e 15% das mulheres na faixa dos 40 anos de idade têm seios densos, e entre 3 e 6% têm seios muito densos - a densidade só pode ser determinada pela própria mamografia.

"A única forma padrão de determinar o nível de densidade dos seus seios é fazer um mamograma. Mas, a menos que seus seios sejam extremamente densos e você tenha outros fatores de risco fortes, os dados não dão suporte a que você comece a fazer mamografias preventivas antes dos 50 anos," disse a Dra Diana Miglioretti, coautora do estudo.

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