10/12/2015

Meditação supera largamente placebo na redução da dor

Redação do Diário da Saúde
Meditação supera placebo ativando outras áreas do cérebro
Cure a si mesmo: Faça meditação.
[Imagem: Jon Sullivan/Wikimedia]

Meditação é mais do que placebo

Pesquisadores do Centro Médico Wake Forest, nos EUA, acrescentaram mais um dado ao crescente corpo de evidências experimentais de que a meditação reduz a dor de forma significativamente mais eficaz do que o placebo.

A equipe do professor Fadel Zeidan, que já havia demonstrado que a meditação melhora o raciocínio em apenas quatro dias, fundamentou este novo estudo nas técnicas tradicionalmente usadas pela neurologia.

Usando imagens do cérebro, a equipe mostrou que a meditação produz padrões de atividade no cérebro muito diferentes daqueles produzidos pelo placebo quando ambos estavam sendo usados para tentar reduzir a dor dos pacientes.

"Ficamos completamente surpreendidos com os resultados", disse o professor Zeidan. "Pensávamos que haveria alguma sobreposição nas regiões do cérebro entre a meditação e o placebo, mas os resultados deste estudo fornecem novas evidências objetivas de que a meditação da mente alerta reduz a dor de um modo único."

Áreas do cérebro ativadas pela meditação

O grupo da meditação relatou que a intensidade da dor reduziu-se em 27%, enquanto o aspecto emocional da dor reduziu-se em 44% - doía menos e a dor parecia importar menos, respectivamente.

Em contraste, o placebo reduziu a sensação da dor em 11% e o aspecto emocional da dor em 13%.

Mas o monitoramento por neuroimagens mostrou que os efeitos envolveram partes diferentes do cérebro.

"Os exames de ressonância magnética mostraram pela primeira vez que a meditação da mente alerta produz padrões de atividade cerebral que são diferentes daqueles produzidos pelo placebo," disse Zeidan.

Meditação supera placebo ativando outras áreas do cérebro
Outro estudo neurológico havia demonstrado que a meditação preserva o cérebro durante o envelhecimento.
[Imagem: Eileen Luders]

A meditação reduziu a dor ativando regiões do cérebro (córtex cingulado anterior e orbitofrontal) associadas com o autocontrole, enquanto o placebo reduziu a dor atuando nas áreas de processamento da dor (córtex somatossensorial secundário).

Outra região do cérebro, o tálamo, foi "desativada" durante a meditação, ficando ativada durante todas as outras situações. Essa região do cérebro serve como um portal que determina se a informação sensorial tem permissão para chegar aos centros cerebrais superiores. Ao desativar esta área, a meditação pode ter feito os sinais sobre a dor simplesmente desaparecerem, disse Zeidan.

Vencendo os céticos

Os resultados ajudam a desbancar um dos argumentos preferidos dos cientistas mais conservadores, geralmente afeitos a tratamento medicamentosos, de que a meditação apenas induziria um "efeito psicológico" similar ao placebo.

Já os cientistas que estão fazendo o conhecimento avançar já possuem teorias explicando como a meditação funciona, uma vez que outros experimentos já haviam mostrado efeitos neurológicos no cérebro induzidos pela meditação.

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