27/03/2014

Metais tóxicos são detectados em joias, piercings e bijuterias

Com informações do Jornal da Unicamp
Metais tóxicos são detectados em joias, piercings e bijuterias
O Brasil não possui legislação consolidada proibindo determinados elementos tóxicos ou mesmo especificando quantidades seguras em produtos utilizados no cotidiano da população.
[Imagem: Antonio Scarpinetti]

Cientistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desenvolveram uma nova técnica que apontou a presença de metais tóxicos em joias, bijuterias e piercings.

Em apenas cinco segundos foi possível verificar a presença de metais com potencial tóxico e alérgico em uma amostragem de produtos de origens nacional, chinesa, mexicana, indiana e filipina.

Foram identificadas concentrações elevadas de níquel (Ni) e chumbo (Pb).

O método é rápido, de baixo custo e "limpo" - ele não gera resíduos -, podendo ser realizado em um equipamento portátil.

Além disso, a técnica não destrói o material analisado, o que permite analisar produtos usados no dia a dia sem riscos de prejuízos.

Os resultados indicaram a presença do metal níquel em mais de 60% das amostras de joias e bijuterias, entre anéis, brincos, colares e pulseiras.

Em contato com a pele, o níquel pode ocasionar alergias de diversos graus em indivíduos com predisposição.

A existência do chumbo, substância carcinogênica, foi detectada em 25% do total dos produtos analisados.

Em 80% dos piercings havia níquel e, em 10%, chumbo. As quantidades encontradas de níquel em joias, bijuterias e piercings variaram entre 20 e 30%. A presença do chumbo oscilou entre 4% e 10%.

"Há uma preocupação evidente, pois grande parte das amostras possui concentração de níquel suficiente para desencadear processos alérgicos em pessoas com predisposição. O chumbo é cumulativo e altamente tóxico. Todas estas informações foram obtidas com a vantagem das amostras não terem sido destruídas. Isso é importante devido ao alto valor econômico de algumas peças. O uso do equipamento portátil poderia proporcionar ainda a análise de amostras em campo, associando maior agilidade ao controle de qualidade destes artigos", resumiu José Augusto da Col, desenvolvedor da nova técnica.

Segundo José Augusto, o Brasil não possui legislação consolidada proibindo determinados elementos tóxicos ou mesmo especificando quantidades seguras em produtos utilizados no cotidiano da população.

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