15/04/2014

Movimento Corpo Positivo: revolução ou mais consumismo?

Redação do Diário da Saúde

O movimento "Corpo Positivo" anuncia desafiar os estereótipos corporais apregoados pela mídia, celebrar a diversidade e incentivar a autovalorização do corpo, tal como ele se apresenta em cada um.

Mas será que esse movimento do corpo positivo traz a libertação de uma uniformidade inatingível ou alimenta ainda mais a obsessão consumista com a autoimagem?

Foi o que pretendeu esclarecer a pesquisadora Alexandra Sastre, da Universidade da Pensilvânia (EUA).

Sastre analisou três sites corpo-positivos: Revolução Corporal (Body Revolution), Galeria do Corpo (My Gallery Body) e Pare de Odiar seu Corpo (Stop Hating Your Body).

Esses sites promovem o compartilhamento de autoimagens, relatos pessoais de experiências de imagem corporal e mostram diferenças de corpos, incluindo as falhas.

Eles se opõem à noção de que todos e cada um devem ser e parecer iguais fisicamente.

Movimento positivo ou movimento consumista?

O que a pesquisadora se pergunta é se o movimento do corpo positivo é útil ou prejudicial, e se faz o que propõe da maneira correta.

Segundo ela, olhando mais profundamente, todos os três sites têm conotações comerciais e são proponentes da autoaceitação através de uma "viagem" ou processo pelo qual se pode curar a negatividade em relação ao próprio corpo.

Ocorre que, segundo Sastre, isso pode ser comparado aos programas de TV que propõem aceitar os corpos acima do peso, mas propondo uma viagem de volta à boa forma e ao auto-aperfeiçoamento.

A ideia de que é necessário corrigir um erro é semelhante em ambos os casos, e ambos levam à "regulação do corpo mediada pelo consumo".

Além disso, a apresentação de corpos mostrados como desafios a serem alcançados lembra a "exposição da carne" promovida pela mídia e que primeiro causou o problema inicial, diz a pesquisadora.

"Isto não seria uma imagem espelho da mídia e um padrão guiado pelo consumo ao qual o movimento pretende opor-se?", pergunta a pesquisadora, deixando a questão em aberto.

O artigo foi publicado na revista Feminist Media Studies.

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