20/02/2012

Nanopartículas e grafeno oferecem riscos à saúde

Redação do Diário da Saúde
Nanopartículas e grafeno oferecem riscos à saúde
A exposição às nanopartículas em altas intensidades em um período curto inicialmente bloqueia a absorção de ferro.
[Imagem: Mahler et al./Nature Nanotechnology]

Nanopartículas artificiais

Bilhões de nanopartículas artificiais, presentes nos alimentos e nos produtos farmacêuticos, são ingeridos pelos seres humanos diariamente.

Por conta disso, a equipe do Dr. Michael Shuler, da Universidade de Cornell (EUA), alerta que essas nanopartículas podem ser mais prejudiciais à saúde do que se pensava.

Os pesquisadores avaliaram como nanopartículas de poliestireno - uma substância comum, aprovada pela FDA, encontrada em substâncias que variam de aditivos alimentares a vitaminas - afeta como as galinhas absorvem o mineral ferro, um nutriente essencial em suas células.

Eles escolheram as galinhas porque esses animais absorvem o ferro em seus corpos de forma semelhante aos seres humanos, e elas são igualmente sensíveis à deficiência desse micronutriente.

Absorção de ferro

Os pesquisadores testaram tanto a exposição aguda quanto a exposição crônica às nanopartículas, usando células intestinais humanas em placas de Petri, bem como galinhas vivas.

De acordo com o estudo, a exposição às nanopartículas em altas intensidades em um período curto inicialmente bloqueia a absorção de ferro.

A exposição a longo prazo causa alterações nas estruturas das células intestinais, permitindo um pequeno aumento compensatório na absorção de ferro.

O Dr. Shuler afirmou que a pesquisa serve para destacar como essas partículas minúsculas, que têm sido amplamente estudadas e muitas vezes consideradas seguras a priori, causam alterações detectáveis que podem levar por exemplo, à absorção de outros compostos prejudiciais.

A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Nanotechnology.

Nanopartículas e grafeno oferecem riscos à saúde
As nanoplaquetas de grafeno possuem uma aerodinâmica que as permite voar fundo nos pulmões.
[Imagem: Schinwald et al./ACS Nano]

Nanoplaquetas de grafeno

Já a equipe do Dr. Ken Donaldson, da Universidade de Edimburgo (Escócia), concentrou-se em um tipo específico de nanomaterial, chamado grafeno, uma das maiores estrelas da nanotecnologia.

Depois que sua descoberta rendeu o Prêmio Nobel de Física a dois cientistas russos, o grafeno passou a ser considerado uma espécie de "material maravilha", e vem sendo pesquisado por inúmeros grupos ao redor do mundo, sobretudo para uso em tecnologias elétricas e eletrônicas.

Mas o Dr. Donaldson afirma que o grafeno oferece risco mesmo é para os trabalhadores que ajudam a fabricá-lo ou trabalham com ele.

O grafeno é uma espécie de tela de galinheiro formada apenas por átomos de carbono. Assim, ele não forma nanopartículas, mas o que os cientistas chamam de nanoplaquetas.

Segundo a pesquisa, essas nanoplaquetas conseguem penetrar muito profundamente nos pulmões porque, como discos de frisbee jogados na praia, elas têm uma aerodinâmica que as ajuda a flutuar no ar.

Isso as leva muito mais longe do que outras formas de grafeno ou outras nanopartículas, que geralmente têm estrutura arredondada.

A pesquisa foi publicada na revista científica ACS Nano.

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