02/02/2011

Peito artificial ajudará pesquisas sobre câncer de mama

Redação do Diário da Saúde
Modelo de peito artificial ajudará no combate ao câncer de mama
Este é o modelo das células dentro de um dos microcanais do "peito em um-chip", que será usado para testar novas abordagens para detectar e tratar o câncer de mama.
[Imagem: Purdue University/Leary Lab]

Órgão sintético

Cientistas da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, reproduziram células da mama feminina em um minúsculo modelo, apelidado de "peito em um chip".

O pequeno dispositivo será usado para testar novas abordagens, principalmente de nanomedicina, para a detecção e tratamento do câncer de mama.

O modelo simula o sistema de ductos mamários, onde a maioria dos cânceres de mama começam, e servirá como um "órgão sintético" para estudar o uso de nanopartículas para detectar e alvejar as células do tumor dentro dos ductos.

Ductos mamários

"O câncer de mama é o câncer mais comum em mulheres na maioria dos países," disse Sophie Lelièvre, que desenvolveu o "peito em um chip" juntamente com seu colega James Leary.

"Nós sabemos que a melhor maneira de detectar esse tipo de câncer precocemente e tratá-lo de forma eficaz seria ir até o interior dos ductos mamários para avaliar e tratar as células diretamente, e este é o primeiro passo nessa direção," afirma.

Os cientistas agora se preparam para introduzir nanopartículas magnéticas através de aberturas no bocal do seu "peito artificial" e usar um campo magnético para guiá-las através dos dutos, onde elas poderão se ligar a células cancerosas.

O excesso de nanopartículas poderá ser retirado revertendo-se o campo magnético.

Nanopartículas contra o câncer

As nanopartículas podem levar agentes de contraste para melhorar a mamografia, marcadores fluorescentes para orientar cirurgiões durante as operações ou agentes anticâncer para tratar diretamente a doença.

Com o peito artificial, tudo isto poderá ser testado em laboratório antes de passar para testes em humanos, que poderão ser feitos quando os melhores materiais e abordagens já tiverem sido identificados.

"As nanopartículas podem ser projetadas para agarrar-se a células de câncer e iluminá-las, diminuindo o tamanho de um tumor que pode ser detectado através da mamografia de 5 milímetros para 2 milímetros, o que se traduz em encontrar o câncer 10 vezes mais cedo em sua evolução," disse Leary.

"Há também um grande potencial para as nanopartículas levarem agentes anticâncer diretamente às células cancerosas, eliminando a necessidade da quimioterapia padrão, que circula por todo o corpo causando efeitos colaterais nocivos," conclui o pesquisador.

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