24/02/2017

Pessoas de grandes cidades adotam estratégia de vida lenta

Redação do Diário da Saúde
Pessoas de grandes cidades adotam estratégia de vida lenta
Parece que o efeito de morar em uma cidade grande pode ser justamente o oposto do que se espera.
[Imagem: Umich]

Pressa aparente

Pessoas que moram em grandes cidades geralmente são vistas como apressadas, agitadas e sem tempo para nada, sempre envolvidas nos corre-corres vistos nas coberturas de TV.

Essa impressão é tão forte que muitas pessoas que moram em cidades menores afirmam que não aceitariam um emprego em uma cidade grande por causa das multidões e da agitação das áreas mais densamente povoadas.

Mas parece que o efeito de morar em uma cidade grande pode ser justamente o oposto.

Viver em uma região agitada e cheia de gente parece levar as pessoas a adotarem uma abordagem mais lenta, o que resulta em benefícios na vida em geral.

É o que demonstrou uma equipe formada por pesquisadores das universidades de Michigan e Estadual do Arizona (EUA), que fizeram seis análises sobre os efeitos psicológicos da densidade populacional sobre o comportamento das pessoas.

Estratégia de vida lenta

Os dados mostram que as pessoas que vivem em ambientes lotados apresentam um perfil psicológico conhecido como "estratégia da vida lenta", que inclui planejar o futuro, investir mais na educação, preferir relacionamentos românticos de longo prazo, se casar mais tarde e ter menos filhos.

Essa estratégia da vida lenta ajuda os indivíduos a se adaptarem a altos níveis de competição social. E ela é adotada apesar de trazer pouco ou nenhum benefício no presente - mas seus benefícios certamente se farão sentir no futuro.

"A densidade social do ambiente onde vive pode moldar o comportamento de uma pessoa de maneira inesperada, como por exemplo, fazer com que ela planeje melhor o futuro", disse Oliver Sng, principal autor do estudo.

Reexaminar a vida

Os dados mostraram que as pessoas que vivem em regiões mais densamente populosas fazem planos mais para o longo prazo, têm menos filhos, baixas taxas de nascimento prematuro, demonstram-se mais propensas a enviar seus filhos para a pré-escola e têm maior expectativa de vida.

"Com a população mundial crescendo, é mais importante do que nunca entender os efeitos psicológicos da superlotação e como a vida em ambientes lotados pode influenciar os comportamentos das pessoas", disse o professor Steven Neuberg. "Aplicar uma nova perspectiva a uma velha questão é nos permitir reexaminar os efeitos da vida dos ambientes lotados".

Os resultados foram publicados no Journal of Personality and Social Psychology.

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