01/02/2012

Somos realmente ruins em prever nossas emoções?

Redação do Diário da Saúde

Prever emoções

Como você sentirá se não passar naquele teste?

Arrasado, realmente arrasado, você poderá responder.

Então, você não passa no teste e, sim, você se sente mal, mas nada perto de estar "realmente arrasado".

Mas não se sinta arrasado também por isso, porque essa incapacidade para prever as próprias emoções atinge a grande maioria das pessoas.

Tampouco sinta-se arrasado por essa virtual incapacidade da raça humana, porque as coisas podem não ser assim tão simples e diretas.

Intensidade das emoções

Para o Dr. Samuel Gosling, da Universidade do Texas (EUA), tomada em termos absolutos, essa incapacidade de prever as próprias emoções é verdadeira.

Pegue um determinado grupo de pessoas, peça-as para fazer uma previsão emocional, sobre si próprias, e a maioria vai errar - como recentemente ficou demonstrado em uma pesquisa sobre a ilusão da coragem.

"Mas há também uma forma relativa de olhar para isso," explica o psicólogo.

Segundo ele, uma pessoa prevê ficar "realmente arrasada" se não passar no teste, enquanto outra prevê que ficará "bem mal". No final das contas, ambas são reprovadas, mas a primeira sente-se apenas arrasada e a segunda apenas mal.

Para o pesquisador, isso mostra que, relativamente uma à outra, ambas estavam certas, porque percebe-se apenas uma variação na intensidade da emoção, e não na emoção propriamente dita.

É complicado

Gosling e seus colegas analisaram 16 estudos feitos por outros cientistas sobre o assunto e concluíram que, se for medida apenas a precisão média absoluta das previsões emocionais, nós não somos ruins em prever para onde caminharão nossas emoções.

"A história aqui não pode se resumir a 'nós somos ruins em prever nossas emoções' ou 'nós somos bons em prever nossas emoções'. A literatura científica tem dito que nós somos ruins. E, na verdade, nós somos ruins de certa forma, mas somos bons em outros aspectos," diz o pesquisador.

E ele não esconde sua conclusão direta em meias palavras: "A descoberta central aqui é: é complicado."

Utilidade prática

Mas a ideia de "média absoluta das previsões emocionais" pode ter utilidade prática: por exemplo, em como preparar um suporte emocional para um paciente que está prestes a receber um resultado ruim de um exame.

Segundo Gosling, não será necessário juntar um batalhão de assistentes sociais e psicólogos para apoiar uma pessoa que prevê uma emoção não tão intensa, enquanto outra que prevê ficar "acabada" pode merecer um pouco mais de atenção.

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