05/04/2012

Primeiro medicamento com nanotecnologia começa a ser testado em humanos

Redação do Diário da Saúde

Remédio inteligente

Uma equipe de cientistas, engenheiros e médicos dos Estados Unidos afirma estar entusiasmada com os primeiros resultados do primeiro medicamento anticâncer produzido com nanotecnologia.

A droga, chamada BIND-014, é o primeiro de uma classe conhecida como medicamentos inteligentes que entra na etapa de testes clínicos em humanos.

O nanomedicamento foi projetado para o tratamento de tumores sólidos, e atua em conjunto com drogas já usadas em quimioterapia.

Medicamento programável

O estudo mostrou a capacidade do BIND-014 para alcançar um receptor expresso em tumores, de forma a aumentar a concentração dos medicamentos quimioterápicos sobre o tumor.

O maior entusiasmo vem do fato de que o tratamento com o nanomedicamento aumentou notavelmente a eficácia, a segurança e as propriedades farmacológicas do fármaco quimioterapêutico sozinho, o docetaxel (Taxotere).

Primeiro medicamento com nanotecnologia começa a ser testado em humanos
A pesquisa e o desenvolvimento do primeiro medicamento com nanotecnologia inaugura a chamada nanomedicina, com as prometidas drogas inteligentes, representando a culminância de mais de uma década de pesquisas.
[Imagem: BindBio]

"O BIND-014 demonstrou, pela primeira vez, que é possível produzir medicamentos com propriedades orientadas e programáveis, capaz de concentrar o efeito terapêutico diretamente no local da doença, potencialmente revolucionando como as doenças complexas, como o câncer, podem ser tratadas," disse o Dr. Omid Farokhzad, da Universidade de Harvard.

"As tentativas anteriores de desenvolver nanopartículas direcionáveis não conseguiram chegar à etapa de estudos clínicos em humanos devido à dificuldade de projetar e dimensionar uma partícula que seja capaz de chegar ao local, ficar por longo tempo no organismo, fugir da resposta imunológica e liberar a droga de forma controlada," explica o Dr. Robert Langer, coautor do estudo.

Efeitos do nanomedicamento

Segundo a equipe, o nanomedicamento gerou uma concentração elevada da droga quimioterápica sobre o local do tratamento - um aumento de 100 vezes do docetaxel presente no plasma sanguínea ao longo de 24 horas.

Isto produziu uma eficácia substancialmente maior, além da diminuição dos efeitos colaterais da quimioterapia.

Foi observado também um aumento de até 10 vezes na concentração intratumoral do quimioterápico.

Nanomedicina

Os pesquisadores observam que, embora a ciência e a tecnologia do BIND-014 tenha-se baseado no mecanismo de ação do docetaxel, os indícios são de que o nanomedicamento altera significativamente os efeitos biológicos da própria droga, em virtude de mudanças fundamentais em sua farmacologia, incluindo grandes aumentos na concentração no local do tratamento.

A pesquisa e o desenvolvimento do primeiro medicamento com nanotecnologia inaugura a chamada nanomedicina, representando a culminância de mais de uma década de pesquisas.

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