09/01/2009

Pulmão artificial poderá acabar com fila de espera para transplantes

Redação do Diário da Saúde
Pulmão artificial poderá acabar com fila de espera para transplantes

[Imagem: Haemair]

Pulmão artificial inteligente

Pesquisadores da Universidade de Swansea, no País de Gales, estão desenvolvendo um pulmão artificial inteligente que será capaz de se ajustar às alterações nas necessidades metabólicas dos indivíduos portadores da prótese, dando-lhes liberdade de movimento e permitindo uma vida praticamente normal.

Já existem equipamentos de ventilação assistida extracorpórea, os chamados ECMO (Extracorporal Membrane Oxygenation). Contudo, são equipamentos altamente invasivos, de alto risco para o paciente e somente são indicados para situações onde todos os demais recursos já falharam e o paciente está em risco de morte iminente.

Dispositivo Respiratório Externo

O Dispositivo Respiratório Externo, como está sendo chamado o pulmão artificial, está sendo desenvolvido em três versões.

A mais simples delas consiste de um dispositivo de trocas gasosas ligado a uma veia principal, de onde é capturado o sangue venoso, no qual há uma baixa concentração de oxigênio. O trocador de gases remove o dióxido de carbono, substituindo-o com oxigênio e retorna o sangue oxigenado para o corpo através de uma artéria.

A segunda versão leva o pulmão artificial para dentro do corpo do paciente, dando-lhe maior mobilidade e evitando os inconvenientes de se ter uma grande quantidade de sangue circulando fora do corpo.

A versão definitiva, que deverá ser a última a ser aprimorada, consiste de um pulmão protético completo, dotado de software inteligente que o fará responder às necessidades fisiológicas do paciente, permitindo-o readquirir uma rotina praticamente normal.

Imitando os pulmões naturais

Em todos os três modelos a transferência de massa é controlada de tal forma que seu desempenho imita o funcionamento dos pulmões naturais. Desta forma, o mecanismo de controle respiratório natural controla todas as funções, como o ritmo da respiração e a taxa de batimentos cardíacos, por exemplo.

O protótipo inicial, fabricado pela empresa emergente Haemair Ltd., começará a ser testado neste ano no hospital da Universidade de Swansea. Mesmo sendo o mais básico dos três projetados, esse novo pulmão artificial está anos à frente dos atuais equipamentos de respiração assistida.

Ao contrário dos equipamentos ECMO atuais, o novo pulmão artificial é facilmente reversível, o que é essencial no atendimento de emergências e no tratamento de casos de doenças agudas, nas quais o equipamento pode ser necessário apenas por algumas horas.

Fim dos transplantes de pulmão

Assim que todos os testes com esta versão externa tiveram sido concluídos, os médicos começarão o desenvolvimento da segunda versão, mais adequada a pacientes que necessitam do aparelho por longos períodos, o que normalmente acontece quando o paciente está aguardando um transplante.

Já a versão final deverá substituir inteiramente o transplante, evitando as longas esperas e eliminando os problemas de rejeição. O pulmão artificial também deverá atender aos pacientes que não entram nas filas de espera por transplante, como os doentes terminais que sofrem de enfisema pulmonar.

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