08/07/2011

Descoberta dá esperança para recuperação de lesões na medula espinhal

Redação do Diário da Saúde
Descoberta dá esperança para recuperação de lesões na medula espinhal
Uma nova descoberta feita por cientistas suecos altera quase tudo o que se sabia sobre lesões no sistema nervoso central.
[Imagem: Science/AAAS]

Células gliais

Uma nova descoberta altera quase tudo o que se sabia sobre lesões no sistema nervoso central.

Há mais de um século os cientistas afirmam que as cicatrizes na medula espinhal são formadas por um grupo de células chamadas células gliais.

As cicatrizes são elementos cruciais na perda da funcionalidade nervosa em razão de danos ao sistema nervoso central, que levam à paralisia, porque impedem o crescimento de novos neurônios para substituir os que foram danificados na lesão.

A descoberta pode tirar a medicina do beco-sem-saída em que a explicação anterior havia levado - a incapacidade de tratar as lesões da medula espinhal, tidas como irreversíveis - abrindo novas oportunidades para o tratamento do tecido nervoso danificado.

Cicatriz na medula espinhal

Agora, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriram que o tecido cicatricial da medula espinhal deriva sobretudo de um tipo totalmente inesperado de células, chamadas pericitos.

As lesões no cérebro ou na medula espinhal raramente curam-se totalmente, o que leva à incapacidade funcional permanente.

Depois de uma lesão no sistema nervoso central, muitos neurônios são perdidos e, em grande parte, substituídos por uma cicatriz - por enquanto chamada de cicatriz glial - por causa da sua abundância de células gliais aí presentes.

Embora esse processo seja sido conhecido pela ciência há mais de um século, a função do tecido cicatricial tem sido alvo de discordâncias - há indicações que ele estabiliza o tecido e inibe a re-crescimento das fibras nervosas danificadas.

Pericitos

No presente estudo, o professor Jonas Frisen e sua equipe mostram que a maioria das células da cicatriz na medula espinhal danificada não é de células gliais, mas derivam dos pericitos, um pequeno grupo de células localizadas ao longo dos vasos sanguíneos.

Eles revelaram que os pericitos começam a se dividir após uma lesão, dando origem a uma massa de células de tecido conjuntivo que migram para a lesão para formar uma grande parte do tecido da cicatriz.

O trabalho, publicado na revista Science desta quinta-feira, também mostra os pericitos são necessárias para recuperar a integridade do tecido e que, na ausência dessa reação, aparecem buracos no tecido, em vez de cicatrizes.

Futuro

Há anos os cientistas tentam controlar a formação de cicatrizes após os danos ao sistema nervoso central a fim de facilitar a recuperação funcional.

Contudo, eles vinham se concentrando nas células gliais.

Estas novas descobertas indica um mecanismo crítico e até então desconhecido para a formação dessas cicatrizes.

O próximo passo será uma investigação mais aprofundada para saber se é possível controlar os pericitos após a lesão para estimular a recuperação funcional.

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