08/03/2017

Remédio para Alzheimer piora situação de pacientes com demência leve

Redação do Diário da Saúde

Donepezila

Donepezila, um medicamento aprovado para tratar pessoas com doença de Alzheimer, não deve ser prescrito para pessoas com comprometimento cognitivo leve sem um teste genético prévio.

Isto porque, para as pessoas que carregam uma variação genética específica - a variante K da butirolilcolinesterase, ou BChE-K - a donepezila pode ter o efeito contrário, acelerando o declínio cognitivo.

A descoberta foi feita por uma equipe da Escola de Enfermagem da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA) e publicada no Journal of Alzheimer's Disease.

Comprometimento cognitivo leve

A deficiência cognitiva leve é um estado de transição entre as mudanças normais na cognição, relacionadas à idade, e a demência.

Como muitas pessoas com essa condição apresentam sintomas semelhantes aos causados pela doença de Alzheimer, alguns médicos prescrevem a donepezila - ou donepezil -, que é comercializada sob a marca Aricept® e é o medicamento mais receitado atualmente para a doença de Alzheimer.

A donepezila foi testada como um possível tratamento para a deficiência cognitiva leve em um grande ensaio clínico financiado pelo governo norte-americano em 2005, mas não foi aprovada pela FDA. Ainda assim, os médicos muitas vezes prescrevem a droga "fora das especificações", ou sem indicação - o que significa que ela não foi aprovada para esse transtorno específico - para os seus pacientes com o comprometimento cognitivo leve.

Discutir o uso dos medicamentos

A partir dos dados coletados durante o ensaio de 2005, Louis De Beaumont e seus colegas descobriram que as pessoas com a variação genética BChE-K que foram tratadas com a donepezila tiveram maiores quedas em suas pontuações de avaliação do que aquelas que tomaram placebos. Eles também descobriram que aqueles que tomaram donepezila tiveram um declínio cognitivo mais rápido do que aqueles que tomaram o placebo.

Segundo a equipe, os resultados reforçam a importância de os médicos discutirem os possíveis benefícios e riscos dos tratamentos com seus pacientes e familiares, não assumindo que "fazer alguma coisa" é sempre melhor - em alguns casos, será significativamente pior.

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