31/10/2016

Remédios por spray mais próximos da realidade

Redação do Diário da Saúde
Remédios por spray mais próximos da realidade
O uso terapêutico de aerossóis exige mais do que uma combinação aleatória de ar comprimido e gotículas de remédio.
[Imagem: Ingeniatrics Technologías S.L./Divulgação]

Respirar o medicamento

Não parece ser uma questão politicamente correta perguntar porque os dependentes químicos preferem cheirar a droga, mas o fato é que a absorção das substâncias químicas - sejam as drogas ilegais ou as drogas médicas - é muito mais fácil e rápida pelos pulmões do que quando os fluidos são injetados pela corrente sanguínea.

As vantagens são ainda mais claras quando se está tentando tratar infecções localizadas nos pulmões - a pneumonia resistente aos medicamentos, por exemplo.

Contudo, somente agora começam a tomar corpo os primeiros esforços para desenvolver sistemas de nebulização que consigam levar os medicamentos até o pulmão de forma eficaz - não apenas acelerando sua absorção, mas também diminuindo as doses.

A entidade da União Europeia responsável pelas pesquisas científicas acaba de anunciar que o Projeto PneumoNP, congregando cientistas de vários países, conseguiu chegar a um projeto de dispensador aéreo de medicamento que está virtualmente pronto para chegar ao mercado.

Nebulizador para aplicação de remédios

Apesar dos inúmeros sistemas de aspersão (spray) encontrados para as mais diversas aplicações, o uso terapêutico de aerossóis - para aplicação de remédios - exige mais do que uma combinação aleatória de ar comprimido e líquido.

Remédios por spray mais próximos da realidade
Não é simples colocar as moléculas grandes dos medicamentos em gotículas de apenas 3 micrômetros.
[Imagem: Ingeniatrics Technologías S.L./Divulgação]

De fato, a saída do nebulizador deve cumprir várias condições para ser eficiente. A principal delas é que a névoa produzida tem de ser respirável, não parando pelas vias aéreas superiores. Para isso, as gotas devem ter menos do que 3 micrômetros de diâmetro para chegarem a cada canto do pulmão.

Alcançar esse objetivo foi especialmente desafiador porque a formulação de medicamentos para infecções pulmonares que os pesquisadores utilizaram contém moléculas grandes, sendo difícil fazê-las organizar-se em gotas tão pequenas.

A equipe venceu o desafio usando uma técnica de atomização que cria uma névoa ultrafina. Para isso eles usaram a técnica de microfluídica, a mesma usada na fabricação dos biochips. Quando circulam pelos microcanais do chip, os fluidos geram uma mistura turbulenta com o ar comprimido, produzindo gotículas que são menores do que o próprio bocal de saída do biochip.

Micronebulizador

Os testes em animais de laboratório atenderam aos principais objetivos traçados pela equipe, que agora entrará na fase final para avaliação da eficácia dos tratamentos feitos com o nebulizador, comparando-os com os resultados dos tratamentos tradicionais.

A empresa espanhola Ingeniatrics Technologias, parceira do projeto, foi encarregada de fabricar os primeiros protótipos do micronebulizador.

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