29/08/2012

Cientistas decifram código de comunicação entre retina e cérebro

Redação do Diário da Saúde
Retina artificial poderá restaurar visão normal
A pesquisadora já sonha com retinas artificiais similares às do personagem Geordi La Forge, da série Jornada nas Estrelas.
[Imagem: Wikipedia]

Retina artificial

Cientistas da Universidade de Cornell (EUA) decifraram o código neural que os olhos usam para se comunicar com o cérebro.

Inicialmente eles decifraram o código neural dos olhos de camundongos.

Para testar a descoberta, usaram o código para programar uma prótese que restabeleceu a visão de camundongos cegos.

Agora eles anunciaram ter decifrado o código neural muito mais complexo da retina de macacos.

Como o sistema ocular dos macacos é muito semelhante ao dos humanos, Sheila Nirenberg e Chethan Pandarinath afirmam estar a um passo de projetar e testar uma retina artificial que possa restaurar a visão de humanos cegos por algumas condições médicas específicas.

Da ficção para a realidade

O avanço, descrito na publicação científica PNAS, representa um avanço histórico nos esforços para restaurar a visão de pacientes acometidos de doenças oculares degenerativas.

De posse do código que as células da retina usam para enviar sinais para o cérebro, os cientistas acreditam ser possível uma restauração completa da visão, em vez dos pontos e contornos gerados pelas próteses atuais, que mal permitem a movimentação da pessoa.

A Dra Nirenberg afirma que já sonha com um dispositivo eletrônico similar ao usado pelo personagem Geordi, da série Jornada nas Estrelas.

Na ficção, um visor possui sensores que capturam a luz, processando-a e enviando o código diretamente para o cérebro do personagem.

"É um momento muito excitante. Nós podemos fazer os camundongos cegos enxergarem, e estamos indo tão rápido que já nos vemos fazendo o mesmo em humanos," disse a pesquisadora.

Retina artificial poderá restaurar visão normal
A imagem A é a original. B e C são reconstruções feitas a partir do código desvendado pelos cientistas. D é uma imagem gerada por uma prótese atual.
[Imagem: Nirenberg/Pandarinath/PNAS]

Prótese de retina

Estima-se que haja 25 milhões de pessoas cegas em todo o mundo por doenças da retina.

Como apenas uma fração delas tem benefícios com tratamentos farmacológicos, a única esperança é uma prótese que possa substituir a retina - uma retina artificial.

"Esta é a primeira prótese que tem o potencial para oferece visão normal, ou quase normal, já que ela incorpora o código," disse a pesquisadora.

Código neural da retina

Na visão normal, a luz incide sobre fotorreceptores na superfície da retina.

A retina processa os sinais captados por esses fotorreceptores, convertendo-os em um código de impulsos nervosos.

Estes impulsos são então enviados para o cérebro pelas células de saída da retina, chamadas células ganglionares.

O cérebro entende esse código de pulsos neurais, traduzindo-o em imagens.

Foi esse código que os pesquisadores decifraram, permitindo a construção de um chip onde está implementada a equação matemática que descreve o código.

O sistema foi testado com sucesso em camundongos.

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