16/06/2009

Superlaboratório do câncer está sendo criado em São Paulo

Thiago Romero - Agência Fapesp
Superlaboratório do câncer está sendo criado em São Paulo
Instituto do Câncer de São Paulo terá Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular para atender à uma rede de 20 grupos que pesquisam a doença
[Imagem: Instituto Ludwig]

Oncologia molecular

Ao completar um ano de existência, no dia 6 de junho, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira anunciou a criação do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, a ser instalado no prédio do hospital, na capital paulista.

A nova unidade será o ponto central de uma rede composta por 20 grupos que atuam em pesquisa básica e aplicada em câncer que, vinculados à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), somam cerca de 40 cientistas e 130 alunos de pós-graduação.

Serão investidos R$ 12 milhões pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. A previsão é que o centro, que terá cerca de 1,7 mil metros quadrados, seja inaugurado no segundo semestre de 2010.

Pesquisas sobre câncer

"Em um primeiro momento, a ideia é criar um laboratório que possa servir aos pesquisadores em câncer vinculados à Faculdade de Medicina da USP, que também atuam em outros centros de pesquisa de São Paulo", disse Roger Chammas, professor do Departamento de Radiologia da FMUSP e um dos coordenadores do centro, à Agência FAPESP.

O centro sistematizará a coleta de dados, o processamento de amostras e a difusão dos resultados obtidos em linhas de pesquisa hoje espalhadas em entidades como o Hospital das Clínicas, o Instituto do Coração (Incor) e a Faculdade de Medicina da USP.

"Com isso - e com equipamentos e serviços multiusuários que reúnam o conhecimento comum entre os 20 grupos de pesquisa -, a rede deverá otimizar os recursos aplicados e somar esforços em áreas como biologia molecular, patologia, biologia celular e sequenciamento de DNA", disse Chammas, que também é um dos coordenadores da FAPESP na área de Saúde 1, que engloba fonoaudiologia, medicina, enfermagem, saúde coletiva e nutrição.

Superlaboratório

Em uma segunda onda de expansão, o laboratório deverá atender áreas de pesquisa básica de outras faculdades da USP e também de outros centros de excelência, como o Hospital A.C. Camargo e o Hospital do Câncer de Barretos, entidades que já são parceiras em programas de pós-graduação da USP. "Estamos convencidos de que não há como obter grandes avanços em pesquisa na área molecular do câncer se não tivermos projetos que incluam diferentes centros", afirmou Chammas.

O centro contará também com um banco de amostras biológicas com fragmentos de tumores congelados, proteínas, soro, sangue e outras células derivadas de tumores extraídos em cirurgias. "A intenção é que o banco tenha as amostras biológicas e também as informações clínicas vinculadas a elas, o que é fundamental para as atividades de pesquisa e demandará um processo de reorganização dos prontuários médicos para que as informações coletadas agreguem valor ao banco de amostras", disse.

Inovações terapêuticas

Os grupos que serão vinculados ao centro já estão desenvolvendo pesquisas em seus próprios laboratórios enquanto a unidade não fica pronta. Além dos programas de pesquisas clínicas, o local desenvolverá ainda trabalhos na área de inovações terapêuticas e oncologia molecular para o estudo de novos marcadores para diagnóstico de tumores.

"É importante dizer que a Fundação Faculdade de Medicina, responsável pela gestão do Instituto do Câncer, recebe doações de diferentes fontes que veem na pesquisa em câncer uma causa suficientemente adequada para se investir", apontou Chamas.

Especialistas em oncologia

Além da pesquisa científica e do atendimento médico, os profissionais da instituição, caracterizada como hospital-escola, desenvolvem atividades educacionais para a formação de recursos humanos especializados em oncologia. "Com essa rede de pesquisadores concentrada no centro as atividades de ensino, pesquisa e extensão serão realizadas de maneira mais coordenada, otimizando recursos financeiros e humanos", disse o professor.

O Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira é considerado um dos maiores hospitais públicos especializados em tratamento de câncer da América Latina e é gerido pela Universidade de São Paulo (USP) por meio da Fundação Faculdade de Medicina.

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