09/03/2015

Terapias que não funcionam para autismo continuam em moda

Redação do Diário da Saúde

As dificuldades de comunicação das crianças com Transtorno do Espectro Autista, ou autismo, podem estar levando os pais e educadores a tentar qualquer coisa para compreender os pensamentos, necessidades e desejos dessas crianças.

Infelizmente, parece que os especialistas em psicologia e distúrbios de comunicação nem sempre têm êxito em comunicar sua ciência mais recente tão bem.

Isto tem tornado os pais e educadores envolvidos com o autismo vulneráveis a intervenções e terapias que já foram desacreditadas, afirma o Dr. Scott Lilienfeld, psicólogo da Universidade de Emory (EUA).

Falsa esperança

Apesar de dificilmente se poder referir a conclusões de estudos científicos como conclusões definitivas - há muitas variáveis envolvidas, incluindo metodologia, amplitude da pesquisa, interpretação dos dados etc. -, Lilienfeld acredita poder enumerar várias terapias que já foram tentadas mas que não apresentaram resultados consistentes nos estudos.

Ele e seus colegas citam como ineficazes as dietas livres de glúten e caseína, as intervenções antifúngicos, a terapia de quelação, palmilhas magnéticas, sessões de oxigênio hiperbárico, coletes com pesos, enemas, injeções de células-tronco e várias outras.

A equipe publicou seu ponto de vista na revista científica Evidence-Based Communication Assessment and Intervention.

"A esperança é algo muito importante, eu tenho uma forte crença nela," disse Lilienfeld. "Mas a falsa esperança, impulsionada por terapias desacreditadas, pode ser cruel e pode impedir as pessoas de tentar uma intervenção que poderia trazer benefícios reais."

Lilienfeld e seus colegas ressaltam a necessidade premente de os especialistas na área do autismo comunicarem melhor ao público sobre não apenas o que funciona para tratar da doença, mas também do que não funciona.

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