15/07/2013

Vacina reversa dá resultados entusiasmantes contra diabetes

Baseado em artigo do Dr. Noel Morgan - Universidade de Exeter

Você já ouviu falar em vacina reversa?

A vacina normalmente funciona reforçando o sistema imunológico para que o próprio organismo combata uma determinada doença.

O grande desafio é o que fazer quando é o próprio sistema imunológico que está atacando o corpo, como acontece no diabetes tipo 1, por exemplo.

Pesquisadores agora estão testando uma abordagem inovadora - uma vacina reversa, que possa reduzir a imunidade contra determinados alvos.

Vacina reversa

Bart Roep e seus colegas da Universidade de Leiden (Holanda) testaram esse conceito em um pequeno grupo de pacientes.

Os resultados, considerados muito promissores, foram publicados na revista Science Translational Medicine.

"Eles perceberam que muitos pacientes com diabetes tipo 1 exibem uma característica comum: eles geram anticorpos contra determinadas proteínas de células beta, que circulam na corrente sanguínea," explica o Dr. Noel Morgan, da Universidade de Exeter.

Entre estes anticorpos estão aqueles que atacam a própria insulina, que surgem precocemente no curso da doença, ainda na infância.

"Então os pesquisadores testaram a ideia de que poderiam induzir uma tolerância à insulina injetando nos pacientes uma molécula de DNA especialmente projetada. Esta molécula carrega o código para o precursor da produção de insulina, a pró-insulina, diretamente no interior dos músculos dos pacientes," diz o Dr. Morgan.

Assim, em vez de fornecer uma fonte alternativa do hormônio, o DNA geneticamente modificado - a vacina reversa - induz a produção da pró-insulina.

Cautela

A expectativa dos médicos é que esse tratamento possa aumentar a tolerância do paciente, de modo que as células do sistema imunológico que matam as células beta do pâncreas possam ser reduzidas ou eliminadas.

"Estes resultados representam um passo importante, mas, evidentemente, o trabalho foi realizado com um pequeno número de indivíduos e, como este foi um estudo de prova de conceito, foi realizado em voluntários adultos, e não em crianças," alerta o Dr. Morgan.

Em tese, as crianças seriam os alvos primordiais da vacina reversa.

Assim, embora os primeiros resultados tenham sido entusiasmadores, o Dr. Morgan alerta que o período de tratamento foi relativamente curto e não se sabe ainda por quanto tempo o efeito poderá ser sustentado.

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