23/04/2014

Venezuelanas arriscam saúde com injeções de silicone nas nádegas

Com informações da BBC

A moda de nádegas grandes na Venezuela está levando algumas mulheres a extremos, como o uso de injeções de silicone na região do corpo.

Injeções nas nádegas são um dos muitos procedimentos cosméticos aos quais as venezuelanas se submetem para corresponder aos modelos de beleza vigentes no país.

Mas estas injeções foram proibidas pelo governo em 2012.

Apesar da proibição, as injeções continuam. Até 30% das mulheres entre 18 e 50 anos escolhem este procedimento, segundo a Associação de Cirurgiões Plásticos Venezuelanos.

Homens também costumam injetar este tipo de silicone nos músculos peitorais, mas os números são bem menores.

Silicone de biopolímero

As injeções são feitas com silicone de biopolímero. A aplicação direta na massa muscular torna este silicone líquido muito mais perigoso do que os implantes comuns, nos quais o silicone está contido em uma espécie de bolsa.

A atração deste tipo de implante é o fato de ele ser mais barato do que as cirurgias convencionais. Uma injeção pode custar cerca de 2 mil bolívares (pouco mais de R$ 700) e o procedimento todo não leva mais do que 20 minutos.

Mas os riscos são muito altos.

"O silicone pode migrar para outras áreas do corpo, pois não tem nenhuma barreira. O corpo também pode dar uma resposta imunológica ao material estranho, criando muitos problemas", disse Daniel Slobodianick, cirurgião plástico venezuelano.

Os pacientes podem sofrer reações alérgicas e fadiga crônica. Se o líquido migrar para outras áreas do corpo também poderá causar dores intensas nas juntas.

O médico acrescenta que os sintomas poderão aparecer apenas anos depois das injeções.

Os números não são precisos, mas a Associação de Cirurgiões Plásticos da Venezuela estima que pelo menos uma dúzia de mulheres morrem a cada ano devido a estas injeções.

Daniel Slobodianick é um dos apenas dois cirurgiões do país especializados na remoção do tecido afetado pelas injeções.

O médico afirma que tem uma longa fila de espera, mas muitas pacientes não conseguem pagar pela cirurgia, que custa 60 mil bolívares (mais de R$ 21 mil).

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