03/09/2014

Vício em telefone celular é uma realidade, dizem pesquisadores

Redação do Diário da Saúde

Vício em celular

Estudantes universitárias - mulheres - gastam uma média de 10 horas por dia em seus celulares, enquanto os estudantes - homens - gastam um pouco menos, cerca de oito horas.

"Isto deve ser considerado um uso excessivo, o que representa riscos potenciais para o desempenho acadêmico", de acordo com um estudo sobre o assunto que acaba de ser publicado no Journal of Behavioral Addictions.

"Isto é impressionante", disse o pesquisador James Roberts, da Universidade Baylor (EUA). "À medida que as funções dos celulares aumentam, o vício nessa peça aparentemente indispensável da tecnologia tornou-se uma possibilidade cada vez mais realista."

Há poucos dias, outro estudo mostrou que o excesso de conexões digitais enfraquece as conexões humanas em crianças.

Focando no público jovem, este novo estudo verificou que cerca de 60% dos estudantes universitários admitem que podem ser viciados em seu telefone celular, e alguns indicaram que ficam agitados quando ele não está à vista, relata o Dr. Roberts e seus colegas no um artigo intitulado "O Vício Invisível".

Atividades no celular

Foram analisadas 24 atividades executadas no celular, mostrando que o tempo gasto em 11 dessas atividades difere significativamente entre os sexos.

Algumas funções, sobretudo envolvendo troca de imagens e fotos, estão associadas de forma significativa com o "vício no celular". Mas não outras que poderiam parecer viciantes, como o uso da Internet e jogos, por exemplo.

Das principais atividades, os entrevistados relataram gastar mais tempo enviando mensagens de texto (uma média de 94,6 minutos por dia), seguidas do envio de e-mails (48,5 minutos), usar o Facebook (38,6 minutos), navegar na Internet (34,4 minutos) e ouvir música (26,9 minutos).

Os homens enviam aproximadamente o mesmo número de e-mails que as mulheres, mas gastam menos tempo em cada um. "Isto pode sugerir que eles estão enviando mensagens mais curtas, mais utilitaristas, do que suas colegas do sexo feminino," disse Roberts.

Tecnologia libertadora e escravizadora

No geral, as mulheres gastam mais tempo em seus celulares, um pouco ao contrário da visão tradicional de que os homens são mais interessados em tecnologia.

"As mulheres podem ser mais inclinadas a usar seus telefones celulares por razões sociais, tais como enviar mensagens de texto ou e-mails para construir relacionamentos e ter conversas mais profundas," avaliam os pesquisadores.

A equipe conclui que o uso do celular é um paradoxo, porque a tecnologia pode ser "simultaneamente libertadora e escravizadora".

"Precisamos identificar as atividades que tiram o uso dos celulares da categoria de uma ferramenta útil para uma ferramenta que prejudica o nosso bem-estar e o dos outros," disse Roberts.

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