01/11/2017

Vitamina B3 combate ação de carcinógeno presente na fumaça

Redação do Diário da Saúde
Vitamina B3 combate ação de carcinógeno presente na fumaça
O componente da vitamina B3 combate o composto mutagênico gerado por reações químicas como as que ocorrem no escapamento dos carros e ao grelhar a carne.
[Imagem: Heather Luis/USDA]

Benzopireno

Presente na fumaça do cigarro, dos escapamentos automotivos, da queima de madeira e em carnes excessivamente grelhadas na brasa ou defumadas, o benzopireno é um potente agente cancerígeno pertencente à classe dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).

Por isso, a equipe da professora Ana Paula Loureiro, da Universidade de São Paulo (USP), está trabalhando na identificação das vias celulares - as sequências de reações biológicas - envolvidas na transformação das células humanas saudáveis em células malignas sob indução do benzopireno.

Os resultados estão apontando para possíveis novas formas para a prevenção ou o tratamento dos casos de contaminação.

Falta de energia na célula

Em experimentos realizados com células normais do pulmão - células do epitélio brônquico - culturas foram expostas às concentrações de 0,5 e 1 micromolar de benzopireno ao longo de uma semana.

O que mais chamou a atenção foi uma queda significativa dos níveis de metabólitos envolvidos na produção de energia para a célula logo após a primeira hora de exposição ao benzopireno. Ao longo do período de exposição, houve uma readaptação metabólica das células e, ao final, os níveis dos metabólitos estavam aumentados nas células expostas em comparação ao grupo controle.

"Foi por essa razão que tivemos a ideia de suplementar as culturas com nicotinamida ribosídeo - uma molécula precursora do dinucleotídeo nicotinamida-adenina [NAD+], que é essencial para o metabolismo celular e para a produção de ATP [adenosina trifosfato, molécula que armazena energia para a célula]", explicou Ana Paula.

Análises durante o período de incubação revelaram a ocorrência de alterações no DNA, tanto genéticas (lesões capazes de originar mutações na sequência de nucleotídeos), quanto epigenéticas (aumento dos níveis de 5-metilcitosina, o que altera a expressão de genes), com as células apresentando uma característica de células tumorais.

O resultado da suplementação de células expostas ao carcinógeno com nicotinamida ribosídeo foi positivo. Como esta substância é de rápida absorção e biotransformação, ela precisou ser reposta diariamente nas culturas.

"Os testes mostraram que a suplementação das culturas celulares com nicotinamida ribosídeo, um dos componentes da vitamina B3, protegeu as células e impediu a transformação maligna. Agora pretendemos entender por quais mecanismos isso acontece e se esse composto pode ser usado na quimioprevenção," explicou Ana Paula.

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