21/12/2015

Antigo hormônio do amor, oxitocina pode causar ansiedade

Redação do Diário da Saúde
Antigo
Outros pesquisadores já haviam alertado que o "hormônio do amor" não deve ser receitado para pessoas saudáveis.
[Imagem: Wikipedia/MindZiper]

Oxitocina

Inicialmente os cientistas apelidaram o hormônio oxitocina (ou ocitocina) de "hormônio do amor", pelos indícios de sua associação com as sensações de união social e bem-estar.

Mas bastou que as pesquisas avançassem para que se percebesse que, no mínimo, o "hormônio do amor" tem duas caras.

Hoje já se sabe, por exemplo, que a oxitocina pode ter o mesmo efeito que o álcool em determinadas situações.

Agora, novos estudos mostraram que a a oxitocina pode aumentar, e não diminuir, a ansiedade nas mulheres.

Isto é preocupante porque estão em andamento ensaios clínicos avaliando o uso da substância como um tratamento para a ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

Amor masculino, ansiedade feminina

As equipes dos neurocientistas Michael Steinman e Brian Trainor, da Universidade da Califórnia em Davis (EUA), descobriram que a oxitocina pode ter efeitos diferentes em homens e em mulheres - e em certas circunstâncias, o hormônio pode realmente desencadear ansiedade.

De forma consistente com estudos anteriores, quando a oxitocina foi administrada na forma de um spray nasal a animais de laboratório, a substância aumentou a motivação para a interação social - mas apenas em animais machos que estavam sob estresse.

Ao contrário, mesmo nas fêmeas estressadas, a oxitocina não teve nenhum efeito. E quando fêmeas não estressadas receberam oxitocina, sua motivação social foi reduzida, com um efeito semelhante ao efeito do estresse social.

Síndrome depressiva

Segundo os pesquisadores, a redução da motivação social pode ser parte de uma síndrome parecida com a depressão e, destacam eles, de fato estudos clínicos demonstraram que mulheres com depressão ou síndrome do estresse pós-traumático têm elevados níveis de oxitocina.

"Nossos resultados mostram que as fêmeas estressadas apresentam redução da motivação social e aumento da oxitocina. É possível que a oxitocina possa contribuir para uma síndrome similar à depressão em mulheres", disse Trainor. "Se isto for correto, inibir a ação da oxitocina pode ter benefícios imprevistos."

Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Emoções

Saúde da Mulher

Neurociências

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.