14/12/2016

Exercícios evitam e até revertem perda de neurônios no coração

Com informações da USP
Exercícios evitam e até revertem perda de neurônios no coração
A insuficiência cardíaca induz uma diminuição do número de neurônios preganglionares vagais numa região do cérebro denominada núcleo ambíguo (em cima). O treinamento físico reverte esse efeito (embaixo).
[Imagem: Marcelo Hiro Akiyoshi]

Neurônios do coração

Conforme avançam, os problemas cardíacos têm um efeito substancial: a perda de neurônios que inervam o coração.

Essa perda de células nervosas ajuda a piorar o quadro porque prejudica o funcionamento adequado das vias relacionadas ao funcionamento cardiovascular, dificultando, por exemplo, a redução dos batimentos e da pressão arterial.

A boa notícia é que os exercícios físicos bloqueiam essas alterações e ainda corrigem a frequência cardíaca.

"Esse achado nos permite compreender mecanismos através dos quais o treinamento físico melhora o prognóstico da insuficiência cardíaca, sem os efeitos colaterais de tratamentos medicamentosos," disse o pesquisador Marcelo Hiro Akiyoshi Ichige, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que fez a descoberta em conjunto com a professora Lisete Compagno Michelini.

Recuperação cardíaca

A insuficiência cardíaca é uma condição acompanhada pela redução da função dos ventrículos (câmaras do coração responsáveis pela ejeção do sangue para o corpo e para a circulação pulmonar), ativação de mecanismos nervosos e hormonais compensatórios e disfunções do sistema nervoso autônomo (parte do sistema nervoso que troca estímulos e informações com as vísceras e outros sistemas), resultando, entre outros problemas, na elevação da frequência cardíaca.

O estudo, realizado com animais de laboratório, mostrou que seis semanas de exercícios físicos diários são suficientes para começar a evitar a perda dos neurônios ligados à atividade cardiovascular, readequando o fluxo nervoso para o coração.

A correção da disfunção autonômica, obtida pela atividade física, ocorre mesmo com a persistência de função anormal dos ventrículos, e a continuidade dos exercícios mostra uma reconstituição das células nervosas inicialmente perdidas.

Os resultados foram publicados no The Journal of Physiology.

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