15/08/2013

Oxitocina: hormônio do amor tem duas caras

Redação do Diário da Saúde
Oxitocina: hormônio do amor tem duas caras
Por muito tempo chamado de hormônio do amor, a oxitocina está começando a revelar seu lado negativo.
[Imagem: Wikipedia/MindZiper]

Hormônio do amor

Você não precisa mais ir a eventos médicos ou ler livros sobre saúde para ouvir falar na oxitocina- ou ocitocina.

Com o chamativo apelido de "hormônio do amor", a oxitocina já é citada por palestrantes e escritores das mais diversas formações, com objetivos ainda mais diversos.

Mas agora uma constatação surpreendente mostrou que a oxitocina - ou ocitocina - também reforça memórias negativas, e pode até mesmo aumentar o medo e a ansiedade.

Ou seja, parece que o "hormônio do amor" tem duas caras.

Oxitocina

A oxitocina ficou conhecida como o hormônio que promove sentimentos de amor, união social e bem-estar.

Isto fez com que ela começasse até a ser testada como uma droga anti-ansiedade.

Mas pesquisadores da Universidade Northwestern (EUA) demonstraram agora que a oxitocina também pode causar dor emocional.

A oxitocina parece ser a razão pela qual situações sociais estressantes - como ser intimidado na escola ou atormentado por um chefe - reverberam muito além do evento, podendo provocar medo e ansiedade nos eventos futuros.

Isso porque o hormônio na verdade fortalece a memória social em uma região específica do cérebro - seja a memória social positiva ou negativa.

Se a experiência social é negativa ou estressante, o ex-hormônio do amor ativa uma parte do cérebro que intensifica a memória. A oxitocina também aumenta a suscetibilidade a sentir medo e ansiedade durante os eventos estressantes que poderão ocorrer no futuro.

Oxitocina e emoções

O estudo, realizado em cobaias, é particularmente relevante porque a oxitocina atualmente está sendo testada como uma droga anti-ansiedade em vários ensaios clínicos.

"Ao entender o papel duplo do sistema de oxitocina no desencadeamento ou redução da ansiedade, dependendo do contexto social, podemos otimizar tratamentos de oxitocina que melhorem o bem-estar, em vez de provocar reações negativas," disse Jelena Radulovic, orientadora do estudo, que foi publicado na revista Nature Neuroscience.

O trabalho segue três estudos humanos recentes com a oxitocina, cujos resultados, em conjunto, estão começando a oferecer uma visão mais complexa do papel do hormônio nas emoções.

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