24/11/2009

Biópsia óptica ganha precisão na detecção do câncer de mama

Redação do Diário da Saúde

Deficiências dos mamogramas

A maioria das biópsias - três em cada quatro realizadas - que se seguem a resultados relatados como suspeitos pelos exames de mamograma revela anormalidades benignas, e não câncer.

Mas, brevemente, as mulheres poderão não mais precisar passar pelo estresse do período que separa os dois exames, sem contar com as possíveis complicações das biópsias invasivas e com os seus custos.

Biópsia óptica

Biomédicos da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, estão fazendo progressos em um novo exame, chamado "biópsia óptica", que será capaz de determinar se os nódulos encontrados são cancerosos ou não, sem nem uma espetadela sobre a pele.

"Neste estágio, ainda é cedo para que a tomografia óptica seja usada como uma ferramenta de rastreamento," explica Huabei Jiang, que está aprimorando a técnica há mais de 10 anos. "Mas pode-se dizer que ela já pode se tornar uma ferramenta de diagnóstico, operando em conjunto com a mamografia por raios X."

Tomografia óptica

O novo exame, chamado tecnicamente de tomografia óptica difusa por contraste de fase, junta o poder da computação com a luz dos raios laser.

O equipamento possui um receptáculo, onde a paciente coloca a mama, repleto de sensores e terminações de fibras ópticas. A luz do laser vem pelas fibras ópticas e se espalha ao entrar no interior da mama.

A maior parte da luz do laser é absorvida pelo tecido. O mais importante, porém, é a parte da luz que chega até os detectores. Esses sensores passam suas leituras para o computador, onde um programa especial cria uma imagem tridimensional do interior da mama.

A imagem diferencia entre condições benignas e sinais de câncer que são totalmente invisíveis para os mamogramas tradicionais baseados em raios X - por exemplo, uma alta concentração de vasos sanguíneos ao redor de um tumor.

Arco-íris

Mas a imagem é apenas um dos indicadores fornecidos pela mamografia óptica. Na versão mais recente do aparelho, que acaba de entrar na fase de testes, as fibras ópticas espalham luz com 10 comprimentos de onda diferentes, ou seja, luz de 10 cores diferentes.

As diferentes cores espalham-se pelo tecido do interior da mama de forma previsível, comportando-se de forma diferente quando atingem as moléculas de água, a hemoglobina oxigenada ou as moléculas de gordura.

Da mesma forma que a luz coletada de planetas diferentes revela os elementos químicos que compõem sua atmosfera, a luz coletada das colisões com os diversos tecidos indicam evidências químicas do câncer.

O termo contraste de fase no nome da técnica equivale ao índice de refração, que fornece informações sobre a densidade e o tamanho das células, ambos fatores importantes na determinação do câncer nas biópsias.

A nova versão do equipamento já foi avaliada por mais de 200 pacientes, com um nível de precisão de 91%. "Ainda não é o suficiente para nós, mas nós estamos muito confiantes," disse Jiang.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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