05/09/2013

Brasileiros desenvolvem chiclete anticáries com probiótico

Com informações da Agência Fapesp
Chiclete anticáries com probióticos
Os testes do chiclete anticáries serão feitos em crianças, que serão acompanhadas por dentistas por um período de um ano.[Imagem: Unesp]

Uma goma de mascar feita com probióticos microencapsulados, que são liberados com a mastigação, produz compostos que inibem a ação de microrganismos cariogênicos.

A descoberta é resultado de pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos três anos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP de Araraquara.

Experimentos in vitro apontaram a espécie Lactobacillus acidophilus como a mais apropriada para o desenvolvimento desse novo chiclete.

Em consequência da tecnologia aplicada, o probiótico é capaz de sobreviver às condições de processamento, permanecer vivo dentro da goma (sem refrigeração), resistir ao maior período possível de estocagem e atender a certas exigências de percepção sensorial (gosto, textura, cor e odor).

Finalmente, ao chegar à boca do consumidor, o microrganismo probiótico é liberado pela mastigação na cavidade oral, produzindo compostos que combatem o Streptococcus mutans, um dos principais patógenos causadores da cárie.

Estudos realizados com 65 voluntários mostraram que mascar a goma feita com microrganismos probióticos aumenta em até mil vezes a presença do Lactobacillus acidophilus na saliva. "Isso indica que a sua utilização pode beneficiar o tratamento da cárie", afirmou Elizeu Antonio Rossi, que orientou o trabalho de Nadiége Dourado Pauly-Silveira, a criadora da nova goma de mascar anticárie.

Efeitos amplos dos probióticos

Há muito se sabe sobre os benefícios dos probióticos sobre o trato gastrointestinal.

Mas, recentemente, os pesquisadores começaram a se surpreender com benefícios desses alimentos funcionais em relação a patologias totalmente diversas como, por exemplo, a asma.

"Um diferencial interessante dessa nova pesquisa na cavidade oral é que a ação probiótica é local. Ou seja, provavelmente não se trata de uma ação sistêmica, que necessariamente envolva efeitos a partir da adesão do microrganismo probiótico no intestino", diz o professor.

O Lactobacillus acidophilus permaneceu viável dentro da goma por 154 dias, sem refrigeração. De acordo com o pesquisador, "foi a melhor marca entre os demais probióticos testados, que chegavam a períodos em torno de 56 dias".

Já a escolha da goma de mascar como meio para a introdução dos probióticos se deu por conta da boa aceitação que se pode obter entre crianças e adultos.

O próximo passo será o início de testes clínicos, para os quais a equipe de Rossi já contatou odontologistas que possam acompanhar dois grupos de crianças por pelo menos um ano: um grupo sob orientação para consumo diário da goma com probióticos e outro grupo de controle, que receberá uma goma com efeito placebo.

"A goma que desenvolvemos é isenta de açúcar, ou seja, assim como algumas que estão no mercado, ela também não propicia o desenvolvimento de cáries - a diferença é que, além de não propiciar, o produto também atacará o problema," conclui o pesquisador.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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