12/01/2015

Como fixar ossos sem introduzir bactérias

Redação do Diário da Saúde
Como fixar ossos sem introduzir bactérias
A broca médica dobra-se para seguir a curvatura do osso sem produzir trincas onde as bactérias possam se alojar e passar de um paciente para outro.[Imagem: Cleantools]

Muitas vezes um simples gesso não é suficiente para consertar um osso quebrado. Nesses casos, pode ser necessário fazer uma cirurgia para introduzir um parafuso no osso para estabilizá-lo.

Embora úteis e eficientes, como todas as cirurgias essas fixações mecânicas também têm seus riscos - um elemento de risco significativo são as infecções causadas pelas próprias ferramentas usadas na cirurgia.

O problema fez com que a União Europeia congregasse pesquisadores de universidades e fabricantes de equipamentos médicos para desenvolver uma ferramenta cirúrgica que ajudasse a evitar essas possibilidades de contaminação cruzada.

Contaminação cruzada

Hoje, para abrir espaço para os parafusos de fixação óssea, os cirurgiões usam um "alargador intramedular" para perfurar profundamente na cavidade da medula do osso. O eixo da broca dobra-se conforme necessário, para acompanhar a curvatura natural do osso.

O problema é que essa dobra da ferramenta gera pequenas fissuras no metal por onde sangue e bactérias podem entrar. E, uma vez que a ferramenta sai do osso e volta à sua conformação natural, é virtualmente impossível garantir uma esterilização total do mecanismo, já que as pequenas fissuras desaparecem.

Embora os hospitais tentem garantir o máximo de esterilização, há um pequeno risco de que as bactérias e os fluidos corporais de um paciente continuem no instrumento e sejam transferidos para o próximo paciente, levando à chamada contaminação cruzada.

Músculo metálico

Para construir o protótipo do equipamento à prova de contaminação cruzada, a equipe do projeto CleanTools desenvolveu um novo sistema de soldagem em que as peças não precisam derreter, permanecendo sólidas durante o processo de junção.

Isto permitiu construir uma ferramenta cirúrgica que não possui fendas onde as bactérias possam se esconder, e que também é mais fácil de limpar e esterilizar do que as ferramentas tradicionais.

Para fabricar um novo alargador imune a fissuras, a equipe utilizou uma liga metálica conhecida como músculo artificial, ou nitinol, uma liga de níquel e titânio que lembra a sua forma original depois de sofrer qualquer deformação.

Assim, ela é suficientemente flexível para seguir a curvatura do osso sem trincar, e endireita perfeitamente quando é exposta ao calor durante a esterilização.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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