31/03/2009

Marca é mais importante que preço para consumidoras de baixa renda

Antonio Carlos Quinto - Agência USP
Marca é mais importante que preço para consumidoras de baixa renda
As consumidoras de baixa renda demonstraram aversão a marcas desconhecidas e a marcas próprias das grandes redes de supermercados.[Imagem: USP]

Valor subjetivo

Na hora da compra de alguns produtos, o preço é o que menos importa para algumas donas de casa de famílias de baixa renda. Uma pesquisa da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP revela que as mulheres cujas famílias têm ganho mensal de até 5 salários mínimos optam mesmo é pela marca em suas compras.

Segundo a administradora de empresas Karen Perrotta Lopes de Almeida Prado, estas consumidoras levam em conta principalmente o "valor" que o produto representa para ela. "Ela adquire um achocolatado de marca para dar ao seu filho. Mas para fazer um bolo, pode ser que ela compre um outro de marca inferior", descreve.

A pesquisadora define como "valor" desde as representações sociais que possam estar inseridas no produto ou até mesmo nutricionais, como no caso do achocolatado. "Mostrar aos vizinhos uma embalagem de sabão em pó da marca mais conhecida pode até significar uma certa ascensão social", explica.

Medo do desconhecido

Karen observou que as consumidoras têm aversão ao consumo de marcas desconhecidas, principalmente por considerarem "um risco". "Essas famílias gastam boa parte de sua renda com alimentação. Por isso as marcas chegam a representar segurança de um bom produto", ressalta.

A opção pelas marcas em detrimento do preço, segundo Karen vem ao encontro da teoria de Prahalad, um administrador indiano radicado nos EUA. "De acordo com o especialista, há uma riqueza na base da pirâmide. Para ele, se as empresas querem bons resultados, têm de elaborar estratégias de venda para os mercados emergentes", descreve Karen.

Aversão às marcas próprias

Outra aversão detectada no estudo pelas consumidoras foi em relação à marca própria dos grandes supermercados em alguns produtos. Karen conta que essa estratégia existe desde a década de 1970. Contudo, boa parte dos consumidores acredita que isso passou a ocorrer somente a partir da década de 1990.

"Quando a marca própria chegou ao Brasil havia o apelo do preço mais baixo", conta. "Atualmente, a qualidade melhorou e vemos as marcas próprias não apenas em alimentos, mas em outras categorias de produtos. Até mesmo em materiais de construção", lembra. Mesmo assim, as consumidoras ainda optam pelas marcas mais conhecidas, principalmente as que elas atribuem algum tipo de "valor".

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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