27/11/2009

Microendoscópio localiza sinais de tumores antes que eles apareçam

Redação do Diário da Saúde
Microendoscópio localiza sinais de tumores antes que eles apareçam
Dr. Huikai Xie mostra um dos microendoscópios. Gerando imagens em tempo real, os microendoscópios de infravermelho poderão tornar-se uma ferramenta útil em cirurgias, revelando as áreas onde o corte ou a remoção de tecidos é segura. [Imagem: Ray Carson/University of Florida]

Microendoscópio

Os endoscópios tradicionais permitem que os médicos deem uma espiada no interior do corpo dos pacientes.

Hoje os médicos inserem endoscópios com câmeras nas pontas para procurar por anormalidades visíveis, como tumores, no trato gastrointestinal e nos órgãos internos.

Agora, pesquisadores estão desenvolvendo um microendoscópio que permitirá uma inspeção completa do organismo, gerando imagens 3-D em tempo real, ampliando o uso desse equipamento médico para a detecção de condições nas quais ele não é útil hoje.

Enxergando abaixo da superfície

A equipe do Dr. Huikai Xie, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, está substituindo as câmeras com scanners capazes de "enxergar" abaixo da superfície dos tecidos, revelando grupos de células ou padrões de crescimento anormais antes que o câncer adquira tamanho suficiente para se tornar visível.

"Hoje os endoscópios apenas tiram fotos do tecido superficial. Assim, se você enxergar alguma anormalidade na superfície, ótimo. Mas, na maior parte das vezes, particularmente com o câncer, os estágios iniciais da doença não são tão óbvios. A tecnologia que estamos desenvolvendo é basicamente para ver sob a superfície, sob a camada epitelial," explica o pesquisador.

Os experimentos iniciais com os microendoscópios são promissores. Por enquanto eles foram avaliados apenas em animais e ainda dependerão de testes em humanos para poderem chegar às clínicas e hospitais.

Scanner infravermelho

Os microendoscópios, do tamanho de uma caneta, possuem um scanner infravermelho no lugar da câmera. O coração do aparelho é um sistema microeletromecânico, ou MEMS, um espelho motorizado microscópico que se movimenta para um lado e para o outro para refletir um feixe de luz infravermelha altamente focalizada.

Embora a luz infravermelha focalizada atinja apenas um ponto no tecido, o movimento do espelho permite que o aparelho faça um rastreamento de uma grande parte do tecido em alta resolução - a resolução, de 10 micrômetros, é 10 vezes maior do que os melhores endoscópios no mercado, que utilizam tecnologia de ultrassom.

Imagem tridimensional do corpo

Os dados lidos pelo aparelho são passados para um computador, que reconstrói uma imagem tridimensional do tecido. Um microendoscópio é capaz de fazer uma varredura de 360 graus, gerando uma imagem de todo o tecido ao seu redor.

De posse da imagem 3-D, os técnicos de laboratório ou os médicos podem procurar por anormalidades no tecido.

Os pesquisadores acreditam que os microendoscópios, quando aprovados para uso humano, poderão eliminar grande parte das biópsias invasivas, que têm alto risco, podem causar hemorragias e custam caro.

Ferramenta para cirurgias

Como os microendoscópios geram imagens em tempo real, os pesquisadores acreditam também que eles poderão tornar-se uma ferramenta útil em cirurgias, revelando as áreas onde o corte ou a remoção de tecidos é segura.

"Nós estamos tentando acoplar essa sonda de imagens com ferramentas de corte, de forma que, quando os cirurgiões estiverem cortando, eles saberão exatamente o que têm pela frente," disse Xie.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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