14/08/2013

Parto induzido ou acelerado eleva risco de autismo em 35%

Redação do Diário da Saúde

Mulheres grávidas cujos trabalhos de parto são induzidas ou acelerados podem ter um risco maior de ter filhos com autismo.

O risco é mais sobretudo se o bebê for do sexo masculino, segundo o estudo publicado na revista JAMA Pediatrics por pesquisadores das universidades de Michigan e Duke (EUA).

Parto induzido e autismo

Os resultados sugerem que, nas crianças do sexo masculino, o parto induzido ou acelerado está associado a um risco 35% mais elevado de autismo, em comparação com partos que não receberam nenhum tratamento.

Os resultados não provam uma relação de causa e efeito, mas sugerem a necessidade de mais pesquisas, especialmente tendo em vista que a indução e a aceleração do parto têm sido usadas com mais frequência nos últimos anos.

"Estudos adicionais são necessários para diferenciar entre as potenciais explicações para a associação [entre o tratamento para o parto e o autismo], como: condições da gravidez subjacentes que eventualmente exijam a necessidade de induzir/acelerar o parto, eventos do parto associados com a indução/aceleração, e tratamentos específicos e dosagem utilizada para induzir/acelerar o parto (por exemplo, prostaglandinas e ocitocina exógena)," salienta a pesquisadora Marie Lynn Miranda, coordenadora do estudo.

Indução e aceleração do parto

Há várias situações em que a indução ou aceleração do parto são recomendáveis, beneficiando mulheres com problemas de saúde ou quando o parto representa um risco para ela ou para o bebê.

A indução do parto consiste em estimular as contrações antes do início do trabalho de parto espontâneo.

A aceleração do parto consiste em aumentar a força, a duração ou a frequência das contrações durante o parto, depois que estas já começaram de maneira espontânea.

Suspeitas

A conexão entre os tratamentos para o parto e o autismo já era alvo de suspeita.

"Induzir ou acelerar o parto têm sido apontados como fatores que contribuem para o desenvolvimento de autismo," comentou o Dr. Simon Gregory, coautor do estudo. "No entanto, estes estudos geraram resultados conflitantes e consistiam de um número relativamente pequeno de indivíduos. Nosso estudo é, de longe, o maior de seu tipo a olhar para a associação entre o autismo e a indução ou aceleração [do parto]."

Neste estudo, os pesquisadores analisaram os registros de todos os nascimentos no estado norte-americano da Carolina do Norte durante um período de oito anos, e combinaram 625.042 nascimentos com os respectivos registros de escolas públicas, que indicam se as crianças foram diagnosticadas com autismo.

Os autores salientam que estes resultados não suportam qualquer desvio no padrão atual de tratamento para o uso de indução e/ou aceleração do parto até que mais pesquisas sejam realizadas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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