17/06/2009

Pesquisadores brasileiros isolam e identificam vírus da gripe A H1N1

Ivy Farias - Agência Brasil

Rumo à vacina

O Instituto Adolfo Lutz anunciou que isolou e sequenciou o vírus A H1N1, responsável pela atual pandemia de gripe. Segundo a coordenadora de Controle de Doença da Secretaria do Estado de São Paulo, Clelia Aranda, a descoberta é importante para monitorar o comportamento do vírus e contribuir para a criação de uma vacina.

"Esse vírus tem uma alta capacidade de mutação e é um pouco diferente do que foi identificado na Califórnia, nos Estados Unidos. Mas, mesmo com todas as mudanças, a matriz é a mesma e uma vacina seria eficaz para qualquer tipo de vírus, seja no Brasil ou em outro país", disse Clelia.

Vírus mutante e imprevisível

Ela explicou que o vírus A, além de mutante, também é imprevisível. "Não sabemos como será o vírus amanhã", completou. Graças à identificação feita pelo Instituto Adolfo Lutz, a comparação entre os diferentes tipos de vírus A deve ajudar no desenvolvimento de uma vacina.

"Ainda são necessários mais estudos para selecionar e escolher as melhores matrizes para fazer a vacina", ressaltou. Se a mudança ocorresse na matriz do vírus - o que não foi o caso -, a vacina para gripe anunciada por um laboratório suíço e outras que estão em processo de estudos seriam menos eficazes.

Hemaglutinina

A mutação do vírus da gripe A H1N1 encontra-se na proteína da hemaglutina. Os resultados anunciados pelo instituto são importantes porque permitem comparar um vírus com o outro. Segundo a diretora de laboratórios regionais do Adolfo Lutz, Regina Gomes de Almeida, todos os países estão trabalhando em conjunto. "Há uma cooperação internacional para chegar a um acordo comum sobre essa pandemia", garantiu.

Institutos públicos de excelência

Cerca de 20 pesquisadores do Lutz identificaram o vírus e conseguiram fazer uma imagem dele graças a um microscópio que ampliou 200 mil vezes seu tamanho. O vírus foi isolado e depois inserido em células durante cerca de 20 dias para esperar a adaptação e o crescimento. O vírus foi retirado do primeiro paciente que teve seu caso de gripe suína confirmado, em abril.

Clelia Aranda explicou ainda que os três centros de nacionais - o Adolfo Lutz, a Fundação Fiocruz e o Instituto Evando Chagas - estão empenhados em pesquisar as modalidades do vírus influenza. "Usamos toda a estrutura do Lutz, tivemos que esperar apenas pela chegada de reagentes importados para começar o trabalho", enfatizou. "O Brasil pode e irá contribuir muito com a vacina", complementou.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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